Narrado por Leonid Raskolnikov
O carro rasgava a estrada como uma flecha em chamas, mas para mim, cada segundo era uma tortura. Cada curva era uma ameaça. Cada semáforo, um inimigo.
O corpo de Zalea tremia em meus braços. Ela estava pálida, frágil, e o vestido de noiva agora mais parecia uma mortalha ensanguentada. O sangue escorria como se sua vida estivesse sendo drenada gota por gota.
— Fica comigo… — sussurrei, minha voz falhando entre a raiva e o desespero. — Pelo amor de Deus, Zalea, fica comigo…
A cada suspiro fraco dela, meu peito se partia. Eu, que dominei exércitos, que vi homens implorarem por suas vidas diante de mim, agora implorava como um menino assustado.
E se… E se o bebê…?
Meu coração quase parou. O pensamento da perda era uma faca afundando lenta e cruel no meio do meu peito.
— Não faz isso comigo… não agora… — murmurei, apertando-a mais contra mim, como se meu toque pudesse costurar seus ferimentos, reverter o tempo, apagar o horror.
O carro guinou em uma curva e