Narrado por Zaiden Marevick
O cheiro de sangue ainda estava nas minhas mãos, mas não era dele que eu queria me livrar — era dela. Do eco da voz de Zalea gritando em minha cabeça, do gosto da rejeição queimando minha língua, como veneno recitado em prece.
O chão onde acordei ainda carregava a sombra do golpe que ela me deu. Ela. A pequena chama que um dia se fez minha obsessão… e hoje se fez minha ruína.
Ela fugiu. Escapou de minhas mãos como areia molhada, e eu… eu sorri. Sorri mesmo com a dor latejando na nuca, mesmo com o orgulho em pedaços.
Porque essa história ainda é minha.
Ela pode ter corrido, pode ter deixado suas pegadas entre as árvores e suas lágrimas nas folhas, mas nada disso importa. O que ela carrega agora… é a minha arma.
Ela não sabe, mas carrega algo que nos une mais do que correntes: uma possibilidade. Uma fração de mim. Um destino que ela jamais apagará do ventre, mesmo que tente.
Me levantei entre os cacos da própria humilhação, sentindo a raiva me vestir como um