Narrado por Zalea Baranov
Ficamos ali por alguns instantes, envoltos por um silêncio que não feria, apenas curava lentamente. As palavras de Leonid ainda ecoavam em mim — como sinos distantes em uma vila abandonada, soando promessas de permanência. Eu não sabia se merecia aquilo tudo, mas estava disposta a não fugir.
— Só precisamos dos de verdade ao nosso redor… — ele sussurrou, e eu me permiti descansar o rosto em seu peito, onde o coração dele batia com uma fúria serena.
— Eu também quero isso. Quero nosso casamento. Quero nosso filho. E quero que essa casa nunca mais abrigue sombras disfarçadas de afeto.
O jardim estava quieto, mas o ar parecia mais leve, como se a terra tivesse escutado tudo. Dione não voltaria a pisar ali. Não por mim. Mas por ele. Por nós.
Voltamos para dentro, e os passos que dei foram mais firmes, como se cada parte de mim estivesse se assentando novamente, peça por peça, depois da tempestade. Os olhos da família de Leonid se voltaram para nós, curiosos, mas