Silêncio.
O tipo de silêncio que pesa.
Que deixa o ar mais denso que roupa de vinil no verão tailandês.
Valentina encara.
Dante encara mais.
Ela cruza os braços.
Ele não se move.
De repente, ele se vira, caminha até a mesa de centro e pega.
Um envelope preto.
Grosso.
Pesado.
Com um selo dourado.
Joga no colo dela.
Seco.
Preciso.
Tão natural quanto jogar um chicote numa negociação de fetiche.
Ela arregala os olhos.
Inclina o corpo.
Pega o envelope como quem pega uma bomba prestes a explodir.
— Isso é…? — pergunta, erguendo uma sobrancelha.
Ele se senta.
Perna cruzada.
Copo de whisky na mão.
Queixo levemente inclinado.
— Seu novo contrato. — responde, seco.
— Diferente dos outros… esse não tem prazo.
Ela arregala mais ainda.
— Uau. Isso vem com plano odontológico ou só dominação full time?
Ele ri.
Baixo.
Perigoso.
Tesudo.
— Depende… se você abrir bem a boca, eu posso até cuidar dos seus dentes.
Ela segura a gargalhada, revira os olhos, puxa o papel pra fora.
“Termo de Exclusividade.”
“C