Zurique.
03h17 da manhĂŁ.
Penthouse 59.
A cidade lĂĄ fora brilha.
Mas nĂŁo pra ele.
As luzes nĂŁo distraem.
O luxo nĂŁo acalma.
O silĂȘncio nĂŁo conforta.
Dante Moreau nĂŁo dorme.
NĂŁo come.
NĂŁo respira.
Ele caça.
Seis telas acesas.
CĂłdigos piscando.
Mapas.
Planilhas.
Arquivos se abrindo.
Pastas escondidas debaixo de firewalls que nem governos ousam acessar.
A sala inteira parece uma extensĂŁo da mente dele â fria, precisa, implacĂĄvel.
Leon.
De pé, braços cruzados, maxilar tão travado quanto o clima da madrugada.
O homem que sempre tem respostas⊠mas não agora.
â NĂŁo tem sinal. Nem triangulação. Nem rastreio por biometria. â a voz dele vem firme, porĂ©m tensa.
â Ela⊠limpou tudo, Dante. Tudo.
O silĂȘncio que vem depois nĂŁo Ă© vazio.
Ă carregado.
Denso.
Pesado como um soco que não chegou⊠ainda.
Dante nĂŁo responde.
Os dedos giram o anel no dedo â o Ășnico sinal externo de que ele tĂĄ prestes a quebrar o mundo.
Maxilar travado.
Veias pulsando no pescoço.
O corpo inteiro dele Ă© uma bomba prestes a expl