Valentina ajeita o vestido.
Puxa a fenda pra disfarçar as pernas que ainda tremem.
Se olha de canto no vidro da varanda.
Espelho suficiente pra saber:
O cabelo tá alinhado.
O batom, milagrosamente intacto.
Mas…
Os olhos… entregam.
Os olhos gritam:
“Essa mulher acabou de ser comida com domínio, ódio e desejo… tudo junto e sem censura.”
Ela respira fundo.
Puxa o ar.
Puxa o controle.
Puxa a persona.
A acompanhante de luxo. A mulher que não se abala. A deusa de salto.
Empina o queixo.
Abre a porta da varanda.
Entra.
E anda como se tivesse acabado de receber um contrato de sete dígitos.
O salão percebe.
Todo salão percebe.
A energia dela chega antes.
Chega antes do perfume.
Chega antes do passo.
Chega como um tapa de sedução e arrogância.
— Olha só quem voltou do campo de batalha. — a voz vem do lado.
Victor.
Taça de espumante na mão.
Óculos escuros no rosto (sim, à noite, dentro do salão. Porque ele pode.)
E uma cara de quem viu tudo, mesmo sem ver nada.
— Amor… se tu não engravidou com a