O elevador era silencioso.

Subia sem som. Sem vibração. Sem direito a hesitação.

Valentina ajeitou o cabelo com a ponta dos dedos.

Victor mascava chiclete de menta como se fosse calmante.

— Esse lugar é tão limpo que me sinto sujo só de respirar. Eu amo. — ele sussurrou, olhos brilhando.

O visor digital marcou: 59.

Portas se abriram.

A cobertura não tinha cheiro de casa.

Tinha cheiro de autoridade.

Piso de mármore negro.

Vidros de alto impacto.

Nada de quadros. Nada de plantas.

Era tudo funcional. Frio. Luxuoso. Vazio.

E mesmo vazio… tinha presença.

A presença dele.

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Mireille apareceu primeiro.

Casaco creme impecável. Óculos com corrente dourada.

Rosto de quem nunca tolerou drama — e muito menos saltos barulhentos.

— A senhorita pode se acomodar na suíte leste. Senhor Victor, a de hóspedes está preparada com… suas preferências.

— Preferências? Vocês têm lubrificante com aroma de baunilha suíça? — Victor respondeu com um sorrisinho torto.

Mireille não piscou.

— Sim.

Valentina quase ri