— Victor, para de gritar. É só um contrato de trabalho.
— É UM CATIVEIRO COM VISTA PRO MAR!
A mala estava aberta sobre a cama king size do hotel.
Roupas cuidadosamente escolhidas, mas jogadas como se fossem fardo.
Valentina enfiava as últimas peças com a precisão de quem sabia que ia despir tudo logo mais.
Tinha aquela frieza de quem se preparava para uma reunião de terça-feira — mas por dentro… o corpo queimava.
Victor andava em círculos, descalço, carregando três frascos de protetor solar, um vibrador lilás e um frasquinho de água de rosas como se fosse uma enfermeira histérica prestes a evacuar um hospital.
— Você não leu as letras miúdas, né?
— Victor…
— Você nunca lê as letras miúdas! Aposto que nesse contrato tem cláusula que obriga você a usar salto até pra dormir e dizer “sim, senhor” até quando goza!
Ela virou o rosto, os olhos meio rindo, meio cansados.
— Ele disse que eu podia ditar as condições.
Victor parou no meio do quarto.
Colocou a mão na cintura, empinou uma sobrance