O céu estava limpo, mas o mundo parecia coberto por uma névoa invisível. Após a destruição do Devorador, o grupo retornava à clareira onde haviam se reunido dias antes, mas agora tudo parecia mais silencioso, como se a própria floresta lamentasse o que havia sido perdido. Etan ainda não despertara.
Seu corpo estava aquecido, mas seus olhos permaneciam fechados, e sua alma, como Rune havia dito, vagava entre mundos.
Lia sentava ao seu lado todos os dias e noites, suas mãos entrelaçadas às dele, esperando. Às vezes ela falava, às vezes apenas cantava canções suaves, canções que sua mãe havia lhe ensinado — melodias antigas das matriarcas da linhagem Ashford, algumas delas nunca entoadas fora dos rituais secretos da Lua Cheia.
Mas agora era necessário mais.
A Canção da Alcatéia precisava ser composta. E entoada sob a lua cheia.
— Nunca ninguém ousou isso — dissera Miriam, sombria. — A Canção da Alcatéia só é cantada por Alfas nas noites de sucessão ou convocação. Usá-la para resgatar uma