O retorno de Melanie à vila foi silencioso.
Não havia pássaros. Nem risos. Nem o som dos cascos que costumavam ecoar pelo mercado ao amanhecer. As ruas estavam vazias, como se a vida houvesse sido drenada do lugar. Mesmo o ar parecia mais pesado, carregado com o peso do presságio que ela havia sentido desde a noite em que selou a fenda no templo.
O selo estava feito, mas a guerra apenas começava.
Ela atravessou a rua principal com passos lentos, olhos atentos, os sentidos em alerta. A cada esquina, sentia a sombra do Esquecido sussurrar em sua pele, em sua marca, como se rissem de sua vitória temporária.
Mas Melanie não se deixaria abater. Ela precisava encontrá-los. Lia. Etan. Todos os que ainda podiam se unir contra a escuridão.
E precisava fazer isso antes que o silêncio se tornasse morte.
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A primeira pessoa que encontrou foi uma criança.
Sozinha, sentada na calçada, desenhando no chão com um pedaço de carvão.
Melanie se ajoelhou, cautelosa.
— Oi, docinho… onde estão seus pais?