74. Acordo de confiança
O relógio marcava 9h12 quando Isabela entrou na empresa naquele dia. Apesar das poucas horas de sono, mantinha a coluna ereta, os olhos atentos. O rosto, ainda marcado pela noite em claro, carregava algo diferente — uma expressão serena, firme.
A crise técnica da madrugada anterior havia sido contornada com sucesso, e o protótipo já estava estável. Ainda assim, ela sabia: o que vinha depois era tão importante quanto o próprio conserto.
Ao passar pela recepção, recebeu cumprimentos discretos. Paulo ergueu o polegar ao vê-la, Mariana havia deixado uma maçã vermelha sobre sua mesa. Pequenos gestos de reconhecimento — e cuidado.
Às 10h, recebeu uma notificação inesperada:
Reunião marcada com Rafael Costa – Sala 4A – 10h15. Assunto: Retrospectiva.
Respirou fundo e seguiu pelo corredor de carpetes espessos. Bateu levemente na porta e entrou.
Rafael estava de pé, junto à janela de vidro que dava vista ao jardim interno. Virou-se, com o semblante mais suave que de costume. Indicou a cad