33. Noite de Pauta.
O relógio marcava 18h47 quando Isabela terminou de recolher os copos e limpar a bancada da copa do 15º andar. A maioria dos executivos já havia deixado o prédio, restando apenas alguns resquícios de reuniões estendidas — pastas esquecidas, post-its amassados, copos de café frio. O silêncio naquele andar tinha algo de sagrado, como se a empresa finalmente respirasse depois de um dia intenso.
Isabela se preparava para descer quando a voz de sempre, calma e firme, a chamou:
— Isabela? Tem um minutinho?
Ela virou-se e encontrou a Sra. Almeida, elegante como de costume, vestindo um blazer cor lavanda e os óculos pendurados na ponta do nariz. Havia nela uma serenidade que contrastava com a rigidez de outros diretores.
— Claro, senhora. Posso ajudar com algo?
— Na verdade… você pode ajudar com uma ideia.
A gestora deu dois passos à frente, gesticulando para que Isabela a acompanhasse até a pequena sala que usava como apoio de RH naquele andar. Lá dentro, havia uma pilha de jornais inte