21. Sinais de apoio
A sexta-feira amanheceu encoberta, com nuvens pesadas se aglomerando sobre o espelho de vidro da Constellation Global. O prédio parecia se esconder atrás da neblina, como se quisesse proteger — ou ocultar — tudo que se passava em seu interior.
Isabela chegou cedo. Mais cedo do que o necessário. Havia algo inquieto dentro dela desde a noite anterior. O toque no elevador, o silêncio carregado, a lembrança vívida da tensão entre ela e Rafael — tudo martelava em sua mente com uma insistência cruel.
Tentava manter-se concentrada nas tarefas simples: repor o papel-toalha, revisar as lixeiras, limpar as maçanetas com atenção quase exagerada. Mas a alma estava em outro lugar.
Ela desceu até o almoxarifado no subsolo para buscar o carrinho de materiais. O ambiente, pouco frequentado, tinha cheiro de desinfetante e metal. A luz de néon zumbia alto demais para aquela hora.
Ao empurrar o carrinho para fora, notou algo diferente.
No compartimento superior, entre os panos dobrados e as luvas r