A tranquilidade dos últimos dias na Constellation Global se desfez como névoa ao sol com uma única notificação no celular de Rafael Arantes. A manchete, em letras maiúsculas e impiedosas, o encarava de volta:

“CONSELHEIRA ALEGADA ‘MENTORA’ DE NOVATA É PROMOVIDA APÓS DENÚNCIA INTERNA. FAVORECIMENTO OU MERITOCRACIA?”

O artigo, publicado por um portal de economia sensacionalista, citava nomes sem pudor: Isabela Duarte, Rafael Arantes, e — o mais alarmante — trechos de documentos que ainda estavam sob sigilo jurídico.

Rafael franziu o cenho. O vazamento não era só uma quebra de conduta — era uma traição direta à governança da empresa.

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Na sala de crise montada no 17º andar, estavam presentes Sônia Matta (Jurídico), Álvaro Lins (Comunicação Institucional), e dois membros do Conselho Fiscal. Isabela foi chamada por Rafael pessoalmente, com voz contida, mas firme.

— Isabela, preciso que esteja conosco nesta reunião. Já deve ter visto a notícia.

— Vi — respondeu ela, com o rosto fecha