A tarde caiu com uma força inesperada. O céu, antes apenas nublado, desabou em uma tempestade como há muito não se via na cidade D. Raios cortavam o horizonte, trovões ecoavam como tambores de guerra, e a água invadia as ruas com fúria. Algumas regiões já registravam alagamentos, e a mansão dos Santos, apesar de sua estrutura imponente, começava a apresentar sinais de vulnerabilidade.
Pedro, sempre atento, observava o cenário com uma estranha serenidade. Acreditava cada vez mais em destino. Enquanto as mulheres dormiam — Teresa em seu quarto, Isabela no quarto de Ana — ele pensava que talvez aquela chuva fosse mais do que um fenômeno climático. Talvez fosse um sinal. Um presente disfarçado. Algo que faria Isabela permanecer ali por mais tempo.
Desvencilhando-se dos pensamentos, Pedro respondeu a Isabela, que havia acabado de acordar e perguntava por Ana.
— O terreno começou a apresentar pontos de subida de água. O mordomo providenciou sacos de areia para proteger a casa. Ana quis ver