Pedro não incomodou Isabela por dois dias após o retorno à cidade D. Sabia que ela precisava de espaço, e ele também. O tempo parecia suspenso, como se o mundo estivesse em pausa, esperando que algo finalmente se resolvesse entre eles. Mas Pedro não queria forçar nada. Não mais.
Foi Teresa quem quebrou o silêncio. A avó havia recebido alta há alguns dias e, com a energia que lhe restava, pediu a Pedro que convidasse Isabela para um almoço em casa. Pedro hesitou. Sabia que Isabela já estava ciente da alta — eles estavam em cidade J quando a notícia chegou. Mas o pedido de Teresa era mais do que um convite. Era um gesto de afeto, de esperança.
Pegou o telefone e ligou.
— A avó recebeu alta há alguns dias e quer te convidar para almoçar em nossa casa — disse, com voz calma.
Do outro lado da linha, Isabela ficou em silêncio por alguns segundos. Pedro sentiu o peso da pausa. E então ela respondeu:
— Ok, entendido.
Ele percebeu que ela estava prestes a desligar. E, num impulso, se apressou: