Pedro acordou com o corpo ainda pesado, como se o sono tivesse sido apenas uma pausa entre os pensamentos que o atormentavam. A luz suave do quarto filtrava pelas cortinas, e o silêncio era quebrado apenas pelo som distante do ar-condicionado. Ao abrir os olhos, viu Sofia sentada em uma poltrona, imóvel, apenas o observando.
Ela sorria. Mas não era um sorriso de afeto. Era frio, calculado, como quem guarda algo por trás da expressão. Pedro sentiu um arrepio. Havia algo no olhar dela que ele não conseguia decifrar. Um misto de controle e ameaça. Como se ela soubesse mais do que dizia.
— Que horas você chegou? — perguntou ele, tentando soar casual.
— Tem cerca de dez minutos — mentiu Sofia, com a voz doce demais para ser sincera.
Na verdade, Sofia havia chegado no exato momento em que Pedro deixava o quarto de Isabela, apenas de roupão, com as roupas em mãos. Ela o viu. Observou cada passo. Mas não disse nada. Preferiu guardar a informação. Imediantamente ligou para Bruno, que contou o