Duas alcateias. Um destino. Um amor que desafia a própria natureza. Hadassa, uma Luna marcada pela dor da perda e pela lealdade ao seu clã, nunca imaginou que encontraria redenção nos olhos de um inimigo. Lee, o temido Alfa da Noite, carrega o peso da liderança e segredos que poderiam destruir tudo o que construiu. Quando seus caminhos se cruzam em meio a uma antiga profecia e rivalidades sangrentas, a atração é inevitável, perigosa e… proibida. Enquanto o desejo entre eles cresce e as fronteiras entre ódio e paixão se confundem, ambos terão que enfrentar escolhas impossíveis, traições dentro de suas próprias alcateias e um amor que pode pôr fim à guerra — ou consumi-los por completo. Instinto Selvagem é uma história intensa de paixão, poder e redenção, onde o instinto fala mais alto e o coração desafia até os laços de sangue. Uma leitura arrebatadora para quem acredita que o amor verdadeiro pode nascer mesmo entre feras.
Ler maisparte 1A alvorada se anunciava tímida, com raios dourados filtrando-se pelas copas das árvores da Clareira Sagrada. Depois da noite tempestuosa de sangue e sombras, o mundo parecia em suspensão. Como se até a natureza aguardasse a próxima decisão com o fôlego preso.Lee estava em pé à beira do lago. A água refletia seu rosto ainda coberto de hematomas e marcas do combate. O espelho d’água lhe devolvia um homem diferente — não mais apenas o Alfa do Norte, mas um lobo com a alma marcada pela escolha de abandonar o legado sombrio de Lykan.Hadassa aproximou-se em silêncio, descalça, usando apenas uma túnica de linho branco que pertencia à antiga sacerdotisa da Alcatéia da Luz. Seus cabelos caíam em ondas livres pelos ombros, e mesmo com o olhar cansado, havia algo de eterno em sua presença.— Não conseguiu dormir? — perguntou suavemente.Lee negou com a cabeça, mantendo o olhar perdido no lago.— Tive um sonho. Lykan estava em uma caverna, acorrentado... mas sorria. Como se tivesse venc
Parte 3Lykan caminhava como quem sabia que dominava o jogo. Suas botas esmagavam folhas secas enquanto a escuridão parecia segui-lo como um manto. Os olhos, de um âmbar corrupto, brilhavam com uma ferocidade antiga.Lee se levantou devagar, os músculos em alerta, o corpo tenso como o de um caçador à beira do salto.— Pai… — rosnou.— Não diga essa palavra como se ainda tivesse algum valor. Você abandonou tudo o que eu te ensinei — respondeu Lykan com desprezo. — Está se ajoelhando para uma fêmea da Luz. Dormindo com ela. Lutando ao lado de fracos.Hadassa deu um passo à frente, os olhos queimando em dourado.— E você se esconde atrás de monstros que nem deviam existir. Está se alimentando da corrupção da Terra.Lykan riu.— Ah, pequena estrela… tão valente. Tão ingênua. Você não conhece a verdadeira escuridão ainda, mas vai. E quando conhecer, vai se ajoelhar também.Kael, Thorne e Elara chegaram às pressas. Todos se reuniram em círculo ao redor do Alfa sombrio.— Como nos achou? — e
Parte 2A trilha que conduzia à Floresta de Eron era feita de pedra escura e raízes retorcidas. O vento sussurrava em línguas antigas, e os galhos se entrelaçavam no alto como braços de guardiões ancestrais, formando uma abóbada sombria.Thorne foi o primeiro a parar. Suas narinas dilataram e o olhar endureceu.— Eles estão próximos. Sinto o cheiro da carne corrompida.Lee fez sinal com a mão para que todos se abaixassem. O grupo se moveu com cautela entre as sombras. Kael, ansioso, segurava sua lança com força demais, os dedos pálidos.— Mantenha a calma — sussurrou Hadassa, posicionando-se ao lado dele.— Eu vou matar cada um deles — Kael rosnou. — Eles devoraram minha irmã. Ainda ouço o grito dela.— A vingança cega, Kael. Se for com pressa, vai morrer antes de conseguir honrá-la.As palavras da Luna foram duras, mas necessárias. Kael assentiu, respirando fundo.De repente, um grito agudo cortou o silêncio da floresta.— Ataque! — rugiu Thorne.As criaturas surgiram de todos os lad
Parte 1A luz da lua prateada ainda se refletia nas águas calmas do lago ancestral quando Lee e Hadassa retornaram à clareira após o ritual. O vínculo entre eles estava mais forte, mais vivo. Seus olhos trocavam mensagens silenciosas, cheias de promessas não ditas, desejo não contido, e uma conexão que pulsava como batidas de um único coração.Selene os esperava com um olhar sereno e satisfeito.— O Cetro os reconheceu. O elo está completo — disse ela, estendendo o bastão sagrado a Lee.Ele o segurou com reverência. Ao tocá-lo, sentiu uma energia vibrar em seus ossos, como se todo o legado de sua linhagem estivesse despertando ali, naquele instante. Mas junto com a força, veio o peso. A responsabilidade.— Isso é apenas o começo — sussurrou Selene. — Agora, vocês devem partir. O Alfa Caído despertou a primeira marca da Lua de Sangue. A floresta do norte está corrompida, e as primeiras alcateias começaram a cair sob sua influência.— O que faremos? — perguntou Hadassa, colocando-se ao
Parte 4 As pedras de cristal que formavam a ponte natural sobre o desfiladeiro tilintavam sob seus pés. Cada passo era um risco calculado, uma dança sobre o fio da morte. Hadassa, mais leve e ágil, guiava o caminho com olhos atentos e instinto aguçado. Lee a seguia logo atrás, mantendo a respiração controlada, mesmo com o vento cortante que tentava desequilibrá-los. — Está tudo bem aí? — ela perguntou, sem olhar para trás. — Sim. Só não olho para baixo. — Já olhou, não é? — Duas vezes. Já me arrependi das duas. Ela sorriu, e por um breve momento, mesmo com o perigo ao redor, parecia que o mundo havia parado. Quando chegaram ao outro lado, Lee caiu de joelhos, aliviado. — Isso foi insanidade. — Mas funcionou. — Hadassa ofereceu a mão, ajudando-o a levantar. — Agora precisamos encontrar a entrada das cavernas. A vegetação ali era densa e antiga. Árvores com troncos retorcidos pareciam formar símbolos com os galhos. Umidade no ar. Cheiro de relva, de magia antiga, de silêncio
Parte 1O sol mal atravessava a abertura estreita da caverna. Os primeiros raios dourados iluminavam o interior do santuário como se fossem fios de memória acesos no tempo. Lee despertou antes de Hadassa, os olhos ainda atentos, mesmo após uma noite de tensão e promessas seladas pelo destino. O ar parecia mais denso naquela manhã — como se a montanha soubesse o que estava por vir.Nerion já estava à espera, de pé diante de uma laje de pedra esculpida em runas antigas. Ele fitava um mapa talhado no chão com as garras, feito com símbolos que nenhum deles jamais tinha visto.— Isso é um mapa das alcateias? — Lee perguntou, aproximando-se.Nerion assentiu lentamente, sem tirar os olhos da pedra.— Mas não como as conhecem agora. Este mapa mostra o que elas eram… antes da Ruptura.Hadassa, ainda enrolada em uma manta de pele, se ergueu do colchão improvisado e se aproximou, os cabelos revoltos e os olhos sonolentos, mas atentos.— A Ruptura?— A guerra que separou as linhagens. Que destrui
Último capítulo