Duas alcateias. Um destino. Um amor que desafia a própria natureza. Hadassa, uma Luna marcada pela dor da perda e pela lealdade ao seu clã, nunca imaginou que encontraria redenção nos olhos de um inimigo. Lee, o temido Alfa da Noite, carrega o peso da liderança e segredos que poderiam destruir tudo o que construiu. Quando seus caminhos se cruzam em meio a uma antiga profecia e rivalidades sangrentas, a atração é inevitável, perigosa e… proibida. Enquanto o desejo entre eles cresce e as fronteiras entre ódio e paixão se confundem, ambos terão que enfrentar escolhas impossíveis, traições dentro de suas próprias alcateias e um amor que pode pôr fim à guerra — ou consumi-los por completo. Instinto Selvagem é uma história intensa de paixão, poder e redenção, onde o instinto fala mais alto e o coração desafia até os laços de sangue. Uma leitura arrebatadora para quem acredita que o amor verdadeiro pode nascer mesmo entre feras.
Leer másO silêncio da floresta ao sul era enganador.Hadassa e Lee caminhavam entre as árvores ancestrais, guiados apenas pelas runas brilhantes nas pedras e nos troncos tortuosos. A mata era fechada, sufocante, como se a própria floresta estivesse contendo a respiração diante do caos que se aproximava.— Já estamos longe demais da nossa terra — murmurou Hadassa, a voz baixa, quase como uma oração. — Não sei se os antigos nos reconhecerão aqui.Lee apertou sua mão, seu olhar firme.— Eles reconhecerão. E se não reconhecerem, farei com que respeitem você. Minha Luna.Havia um peso novo naquela frase. Uma solenidade que ela ainda não havia ouvido antes — não dita daquela forma. Hadassa o encarou, surpresa.— Está dizendo... que me aceita diante da Lua?Ele assentiu.— Depois do que passamos... depois do que perdemos... não tenho dúvidas.Ela queria responder, mas uma presença cortou o momento. Uma brisa gelada, antinatural, soprou entre as árvores, e os galhos estalaram como se algo se movesse
Parte 3 A alvorada ainda não havia rompido o véu da noite quando um grito cortou o silêncio da floresta.Lee e Hadassa estavam deitados lado a lado, os corpos ainda entrelaçados após o furor da paixão, quando os sons da caverna mudaram. Ecos distantes de passos apressados, rosnados abafados, e então o alarme ancestral: um uivo longo e cortante vindo dos guardiões da entrada.Ambos se levantaram num salto. Lee vestiu sua túnica em um movimento veloz e puxou Hadassa pela mão, os sentidos em alerta total.— Algo invadiu o santuário — disse ele, os olhos se tornando mais escuros, selvagens. — E não é apenas um lobo qualquer. Eu conheço esse cheiro...Eles correram pelos corredores internos até o salão central, onde Cael já reunia alguns membros da cúpula. O chão de pedra estava rachado, e um rastro de sangue fresco pintava um caminho até o altar.— O que aconteceu? — Hadassa perguntou, os olhos arregalados.— Soren... — murmurou Cael, o rosto sombrio. — Ele desapareceu. Junto com o mapa
Parte 2 As chamas ainda dançavam suavemente no santuário ancestral, lançando reflexos azulados sobre as pedras e o rosto sereno de Hadassa. Ela havia aceitado o vínculo. Estava selado. Mas nem mesmo o pacto mais sagrado podia apagar o desconforto que crescia silencioso dentro do peito de Lee.— Você está estranhamente calado — Hadassa comentou, tocando levemente o braço dele. — Esperava que estivesse feliz.Lee respondeu com um breve sorriso, mas seus olhos estavam focados além dela, onde Cael conversava agora com um jovem lobo que acabara de chegar. Alto, musculoso, de pele dourada e olhos cor de âmbar, o recém-chegado era envolto por um manto cerimonial dos Ancestrais e trazia a marca dos Guardiões do Norte. Seu nome era Soren.— Quem é ele? — Lee perguntou, cruzando os braços.— Soren. Filho de Cael — respondeu Hadassa, com naturalidade. — Ele é um dos poucos capazes de traduzir as Runas da Alvorada.Lee franziu o cenho.— Ele olhou demais para você.Hadassa sorriu, levemente surp
Parte 1 A noite parecia ter sido pintada a dedo, com tons escuros e prateados iluminando o céu sobre as florestas do norte. O cheiro de sangue ainda pairava no vento, misturado ao sussurro de folhas ancestrais que testemunhavam mais uma história de amor e guerra.Hadassa estava deitada em uma clareira silenciosa, sua cabeça repousando sobre o colo de Lee. Os olhos dela estavam semicerrados, mas atentos. Desde o confronto com Vessa e a invocação do fogo ancestral por Ragnar, a floresta parecia... diferente. Quieta demais. Observadora.Lee passou os dedos pelos cabelos de sua Luna, pensativo.— Você sente isso? — ele perguntou, sua voz quase um sussurro.— A floresta... ela está viva. Mais do que antes. — Hadassa respondeu, se sentando com esforço. — Tem algo nos observando.De súbito, um lobo branco de olhos dourados surgiu entre os arbustos. Era alto, silencioso, imponente. Mas não ameaçador. Em seu pescoço, um colar com o símbolo dos Ancestrais — o mesmo usado nos tempos antigos pel
Parte 5 Lee voltou ao campo com a mente em chamas. O gosto da pele de Hadassa ainda pairava em sua boca como um lembrete selvagem de que ele tinha algo a perder.Thorne o acompanhava, o rosto tenso.— Você a ama, não é?— Mais do que devia. — Lee respondeu sem hesitar. — E não me arrependo disso.A guerra explodia ao sul do rio Sombras. A alcateia de Ragnar se reorganizava com fúria. Os soldados da Luz Negra avançavam sobre os do Alfa da Noite, encurralando os lobos em um arco estratégico.Lee rugiu, sua transformação ocorrendo em pleno salto. A fera negra que vivia dentro dele emergiu com garras em chamas, olhos brancos e presas salientes. Ele era um lobo antigo — filho do sangue e da maldição.Saltou sobre dois soldados inimigos, quebrando-os como gravetos. Um terceiro tentou contra-atacar, mas Thorne o cortou pela garganta com suas lâminas curvadas.No alto da colina, Ragnar observava, e ao seu lado… estava Vessa, a irmã de Hadassa.Vestida com armadura escarlate, a loba de olhos
Parte 3 Lee a levou para uma das cavernas escondidas nas colinas ao leste, um abrigo improvisado criado por Nayra semanas antes. O interior era úmido e frio, mas protegido. Ele a deitou sobre um leito de peles e removeu a armadura de couro que cobria seu corpo, com cuidado para não agravar o ferimento no ombro.Hadassa resmungou de dor, mas seu olhar estava firme, desafiador.— Não se atreva a olhar pra mim com pena, Alfa.— Eu não sinto pena. Sinto... medo. — Lee tirou a camisa manchada de sangue e se ajoelhou ao lado dela. — Não por você ser fraca. Mas porque não sei se consigo lutar direito sem ter você do meu lado.Ela ergueu a mão, tocando o rosto dele com a ponta dos dedos. Suas peles estavam quentes, ainda cheirando a combate.— Então me tenha de outra forma agora.Ele a olhou, confuso.— O quê?— Me tenha, Lee. Aqui. Agora. Como um homem que ama sua fêmea. Não como o Alfa, não como um guerreiro… mas como alguém que tem medo de perder a mulher que deseja. Que ama.A tensão ent
Último capítulo