Parte 4
As pedras de cristal que formavam a ponte natural sobre o desfiladeiro tilintavam sob seus pés. Cada passo era um risco calculado, uma dança sobre o fio da morte. Hadassa, mais leve e ágil, guiava o caminho com olhos atentos e instinto aguçado.
Lee a seguia logo atrás, mantendo a respiração controlada, mesmo com o vento cortante que tentava desequilibrá-los.
— Está tudo bem aí? — ela perguntou, sem olhar para trás.
— Sim. Só não olho para baixo.
— Já olhou, não é?
— Duas vezes. Já me arrependi das duas.
Ela sorriu, e por um breve momento, mesmo com o perigo ao redor, parecia que o mundo havia parado.
Quando chegaram ao outro lado, Lee caiu de joelhos, aliviado.
— Isso foi insanidade.
— Mas funcionou. — Hadassa ofereceu a mão, ajudando-o a levantar. — Agora precisamos encontrar a entrada das cavernas.
A vegetação ali era densa e antiga. Árvores com troncos retorcidos pareciam formar símbolos com os galhos. Umidade no ar. Cheiro de relva, de magia antiga, de silêncio