O silêncio da floresta ao sul era enganador.
Hadassa e Lee caminhavam entre as árvores ancestrais, guiados apenas pelas runas brilhantes nas pedras e nos troncos tortuosos. A mata era fechada, sufocante, como se a própria floresta estivesse contendo a respiração diante do caos que se aproximava.
— Já estamos longe demais da nossa terra — murmurou Hadassa, a voz baixa, quase como uma oração. — Não sei se os antigos nos reconhecerão aqui.
Lee apertou sua mão, seu olhar firme.
— Eles reconhecerão. E se não reconhecerem, farei com que respeitem você. Minha Luna.
Havia um peso novo naquela frase. Uma solenidade que ela ainda não havia ouvido antes — não dita daquela forma. Hadassa o encarou, surpresa.
— Está dizendo... que me aceita diante da Lua?
Ele assentiu.
— Depois do que passamos... depois do que perdemos... não tenho dúvidas.
Ela queria responder, mas uma presença cortou o momento. Uma brisa gelada, antinatural, soprou entre as árvores, e os galhos estalaram como se algo se movesse