O escritório estava silencioso naquela manhã. Um silêncio confortável, preenchido apenas pelo som suave do ar-condicionado e pelo ocasional clique do teclado de Elisa do lado de fora. Eu tinha chegado cedo, ainda com o aroma do café da manhã pairando na mente, determinada a revisar cada detalhe antes da coletiva com a Bloomberg e a CNBC.
Sobre a mesa, repousava uma pasta preta, perfeitamente alinhada, com o título: “Pauta e Perguntas Possíveis Entrevista Internacional”. Abri com cuidado, como quem sabe que dentro de uma capa dessas pode haver tanto oportunidades quanto armadilhas.
As primeiras páginas eram previsíveis: desempenho da Phoenix no último trimestre, a expansão agressiva da D’Ambrosio no mercado europeu, projeções para os próximos dois anos, fusões estratégicas. Nada que eu não pudesse responder de olhos fechados.
Meu lápis ia riscando pequenas anotações nas margens, números para reforçar, nomes de executivos a mencionar, indicadores que poderiam fortalecer minha narrativa.