O motor do carro rugia contra a madrugada silenciosa, como se cada giro fosse uma batida acelerada do meu coração. A estrada para San Pietro se estendia à minha frente, deserta, iluminada apenas pelos faróis. O céu estava carregado de nuvens, um manto pesado que parecia querer sufocar a noite.
Marco ia ao meu lado, atento, o olhar fixo na tela do tablet que recebia informações em tempo real das equipes espalhadas pela região.
— O galpão de San Pietro é o mais promissor — disse ele, a voz firme, mas cautelosa. — Estrutura antiga, câmeras quebradas, relatos de movimentação estranha nas últimas semanas. Mas não há certeza absoluta.
— Não preciso de certeza. — Minha voz saiu cortante. — Preciso de Beatrice.
Apertei o volante até os nós dos dedos ficarem brancos. A imagem dela, molhada, tremendo, os olhos me implorando em silêncio, queimava em minha mente. Cada vez que fechava os olhos, revivia aquele instante, e a raiva voltava a latejar.
Passamos pelo último posto da estrada. Meus home