Sinopse Luna Navarro sempre preferiu as histórias aos holofotes. Estudante de Literatura Inglesa, ela encontrou seu refúgio nos livros, longe das multidões e das competições vazias. Invisível por escolha, circula pela faculdade sem chamar atenção, com sua pilha de livros, cafés requentados e uma paciência limitada para a teatralidade do mundo universitário. Mas sua bolha começa a rachar quando um projeto acadêmico a força a trabalhar com Damian Hayes, o astro do time de hóquei e a definição viva de problema. Damian é velocidade, impacto e adrenalina. No gelo, ele é imbatível; fora dele, carrega o peso das expectativas e de um passado que se recusa a deixá-lo respirar. Entre treinos intensos, provocações e uma legião de admiradores que gira ao seu redor, a última coisa que ele esperava era se interessar pela garota que o trata como qualquer outro aluno da faculdade - ou pior, como alguém irrelevante. O choque entre eles é inevitável. Ela vê além da fachada arrogante dele. Ele percebe que há mais na garota dos livros do que sua armadura de sarcasmo sugere. Quando o gelo e a tinta colidem, sentimentos que nenhum dos dois estava preparado para enfrentar começam a surgir. Mas amor nunca é tão simples quanto nas histórias que Luna lê. E Damian não foi feito para finais felizes. Em um jogo onde o coração é a maior aposta, quem sairá vencedor?
Leer másA biblioteca sussurrava em tons de papel antigo e madeira polida. O aroma de livros velhos e café requentado pairava no ar, uma mistura familiar e reconfortante para Luna Navarro. Enquanto o burburinho abafado de conversas acadêmicas ecoava ao fundo, ela se afundava cada vez mais em sua pesquisa, o lápis deslizando pelo caderno com anotações rabiscadas em sua caligrafia apertada.
A mesa diante dela estava coberta por livros pesados de teoria literária, folhas destacadas com marcações coloridas e uma xícara de café frio esquecida ao lado do cotovelo. Ela mordia o lábio inferior, franzindo o cenho ao reler uma passagem densa sobre narrativas não-lineares. Ali, cercada por histórias e silêncio, Luna se sentia invisível. E gostava disso. O mundo ao seu redor podia girar em ritmo acelerado — os corredores lotados, os dramas universitários, a euforia dos jogos de hóquei que faziam a faculdade inteira vibrar — mas, naquele espaço entre estantes e conhecimento, nada disso importava. Ou pelo menos era isso que ela pensava. Porque o caos, às vezes, vinha na forma de um furacão de 1,90m de altura, olhos verdes intensos e um sorriso que prometia encrenca. O estrondo veio primeiro. O som de passos apressados, uma colisão repentina e, então, o impacto. Luna sentiu o ar escapar dos pulmões quando um corpo quente e firme bateu contra o seu, empurrando-a contra a mesa. Os livros que segurava voaram, espalhando-se pelo chão como folhas ao vento. O choque a deixou tonta por um instante, e ela levou alguns segundos para processar o que havia acabado de acontecer. — Ei, cuidado! — exclamou, o coração acelerado. O peso contra seu corpo recuou ligeiramente, e foi então que ela o viu. Damian Hayes. O nome que fazia metade da faculdade suspirar e a outra metade se encolher sempre que ele passava. Capitão do time de hóquei, ídolo local, garoto-propaganda da competitividade e arrogância na dose certa. Ele estava ali, parado bem à sua frente, com um meio sorriso desenhado nos lábios cortados — provavelmente de algum treino mais agressivo. Os olhos verdes analisavam-na com diversão, como se não se importasse nem um pouco por ter acabado de atropelá-la. — Você sempre anda sem olhar pra frente, ou foi só uma desculpa pra esbarrar em mim? — Ele arqueou uma sobrancelha, inclinado ligeiramente para perto. Luna sentiu o rosto esquentar, mas forçou-se a manter a compostura. — Você que surgiu do nada feito um trem desgovernado — resmungou, abaixando-se para recolher os livros espalhados. Damian agachou-se ao lado dela, pegando um dos volumes caídos. Ele virou o livro nas mãos, lendo o título com uma expressão zombeteira. — “Teoria Literária e a Construção da Narrativa”? Sério? Isso é uma tortura, não um livro. Ela estendeu a mão, pegando o livro bruscamente. — Algumas pessoas gostam de usar o cérebro. Ele riu baixo, claramente achando graça. — Interessante. Mas me responde uma coisa… você já foi a um jogo de hóquei? Luna franziu a testa. — O quê? — Um jogo de hóquei. Você já assistiu a um? Ela bufou, colocando os livros sobre a mesa e cruzando os braços. — Não. E não pretendo. O sorriso dele se alargou, como se aquilo fosse um desafio pessoal. — Está perdendo. Quem sabe eu não consiga te convencer do contrário? Luna revirou os olhos, pegando seu caderno e a xícara de café frio. — Difícil. Mas boa sorte tentando. Ela se virou para ir embora, sentindo o olhar dele queimando em suas costas. E Damian? Ele apenas sorriu, balançando a cabeça como se já soubesse que aquela conversa estava longe de acabar. Porque pela primeira vez, ele queria ser notado por alguém que fazia questão de não olhar para ele. E Luna sabia, em seu íntimo, que aquele encontro não havia sido mera coincidência. Era apenas o começo. ⛸️🏒📖❄️...todo mundo. É o típico atleta galinha, popular, bonitão, cheio de si. Eu não sou exceção.Zoe arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços, com aquele olhar de quem vai soltar a frase mais certeira da vida:— Amor da minha vida acadêmica, você acha mesmo que ele leva café pra geral? Hein? Vai me dizer que ele faz fila na cafeteria e sai distribuindo cappuccino para todas as garotas da faculdade?Luna abriu a boca... e fechou. Abriu de novo... e nada. Resetou.— É... — tentou, mas nem ela acreditou no que ia dizer. — Talvez...— Talvez, o caramba! — Zoe se jogou na cadeira, dramática. — Luna, isso aí tem nome e sobrenome: ele tá te querendo.Ela escondeu o rosto nas mãos, sentindo o cérebro entrar em curto-circuito. — Isso não faz sentido.— Faz todo o sentido do mundo! — Zoe rebateu, com aquela animação nível final de temporada da série. — Ele é o Ken, você é a Barbie que ele não sabia que precisava!— Ai, meu Deus... — Luna gemeu, afundando ainda mais na cadeira. — Eu vou morrer. É
Deu de ombros, como se aquilo não significasse absolutamente nada — embora ambos soubessem que significava muito.— É. E daí? — respondeu, dando um gole no próprio copo. — Achei que você podia começar o dia menos rabugenta.Luna encarou o copo, depois Damian, depois o copo de novo.— Isso é... estranho — ela murmurou, pegando o café com uma expressão desconfiada.— Estranho seria eu ignorar você, estressadinha. — Ele piscou, aquele sorriso safado colocando no rosto como se fosse tatuagem.Ela bufou, levando o café à boca, e odiou — odiou com todas as forças — que aquele fosse exatamente o tipo que ela gostava.— Acertou, né? — ele perguntou, apoiando o queixo na mão, observando-a como se ela fosse um enigma que ele estava decidido a decifrar.— Você é insuportável — retrucou, desviando o olhar.Damian riu, balançando a cabeça.— E você é péO silêncio entre eles era desconfortável. Desconcertante. Quase tão sufocante quanto a presença dele ali, naquela mesa da biblioteca, como se aque
Luna não deveria ter ido à comemoração. Ela sabia disso. Tinha plena consciência de que sua presença ali só faria Damian se sentir mais convencido do que já era. Mas Zoe era uma força da natureza quando decidia algo. — Para de drama, Luna — a amiga disse, puxando-a pela mão. — É só uma festa. Você merece se divertir um pouco. — Eu me divirto perfeitamente bem com um bom livro e uma xícara de café — Luna resmungou. Zoe revirou os olhos. — E o que aconteceu depois do jogo? Você ficou calada o caminho inteiro. Luna hesitou. Ela não queria admitir que a troca de olhares com Damian ainda a incomodava. Havia algo nele que a deixava inquieta. Algo que fazia sua pele formigar e seu coração bater em um ritmo irritantemente irregular. — Nada demais — ela respondeu. Zoe arqueou uma sobrancelha, claramente não acreditando. — Ah, claro. Você só trocou olhares intensos com o capitão do time e quase entrou num jogo de sedução. Nada demais mesmo. Luna bufou. — Você exage
Luna On Luna gostava de rotina. Gostava de acordar cedo, preparar um café forte e sentar à mesa para revisar os textos da faculdade. Gostava de saber exatamente o que faria no dia, sem surpresas, sem mudanças repentinas. Mas, ultimamente, Damian Hayes estava bagunçando tudo. Ela percebeu isso quando, ao invés de focar no artigo que precisava terminar, pegou o celular e abriu a conversa com ele. Nenhuma mensagem trocada. O que significava que, para saber sobre o jogo, ela teria que perguntar. E isso já era irritante por si só. Mordeu o lábio, hesitante. Ela poderia simplesmente procurar a informação sozinha, mas... qual era o problema em perguntar diretamente? Com um suspiro pesado, digitou rápido: - Que horas é o jogo? A resposta veio em menos de um minuto. - Achei que não se importava, estressadinha. Ela revirou os olhos antes de responder: - E não me importo. Só preciso saber que horas não passar perto da arena pra não ter que ouvir gente gritando. - Claro. Acreditar
Damian On Damian Hayes sempre foi bom em manter o controle. No gelo, ele era rápido, calculista e feroz. Sabia exatamente como prever os movimentos do adversário, como virar o jogo a seu favor. Fora dali, não era tão diferente. Mantinha a confiança como uma armadura, o sorriso despreocupado como marca registrada e nunca — nunca — deixava ninguém ver quando algo o afetava de verdade. Então, por que diabos ele ainda estava pensando naquela mensagem? Era só uma mensagem. Ele não deveria ter ficado esperando a resposta. Ele não deveria ter sentido aquele aperto de expectativa. E, definitivamente, não deveria ter soltado um suspiro aliviado quando ela finalmente respondeu. Mas Luna Navarro estava conseguindo fazer algo que ninguém fazia há muito tempo. Bagunçá-lo. E ele não sabia se gostava ou odiava isso. ⛸️🏒📖❄️ Na manhã seguinte, Damian chegou cedo ao campus para o treino do time. O ringue estava vazio quando ele entrou, a luz fria refletindo no gelo impecável. Ele gostava
Luna On O quarto de Luna era seu refúgio. As paredes estavam cobertas por pôsteres de livros e frases de autores que ela amava, e a pequena estante no canto transbordava de histórias que haviam sido seu abrigo ao longo dos anos. Mas naquela noite, nem mesmo as palavras impressas conseguiam prendê-la. Ela estava deitada de lado, abraçando um travesseiro, enquanto o abajur projetava uma luz suave pelo cômodo. O livro que tentara ler repousava aberto ao seu lado, as páginas estáticas, sem vida. Luna suspirou, rolando na cama. Havia algo errado com ela. Ou melhor, com sua mente. Porque, de alguma forma, contra toda a lógica do universo, um certo loiro irritante parecia ter se instalado ali. Ela tentou lutar contra isso. Tentou se convencer de que Damian Hayes era só mais um cara metido que achava que o mundo girava ao seu redor. Mas então se lembrou da maneira como ele a olhava quando ela falava sobre literatura. Como ele parecia realmente escutar. Como, ao invés de rir dos seus go
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