Angel passou a vida inteira em um colégio interno para meninas. Ela nunca entendeu o motivo de estar ali, sem ver ninguém e nem conhecer sua família. Quando completa seus 18 anos um homem aparece. Ele era estranho, misterioso, e pior de tudo, completamente obcecado por si. Heitor Lombardi, um mafioso perigoso, que não se importa com ninguém, mata sem piedade. Assim que põe seus olhos em Angel, ele decide que a quer, e ninguém irá impedir seu casamento com a doce menina, nem o pai dela que a escondeu para livra-la desse destino cruel. Ela pertence a mim!
Ler maisP.O.V. Angel
Observo a neve caindo do lado de fora do portão. Abraço meu corpo tentando me aquecer contra o frio.É nesse momento de reflexão que eu tento não chorar. Estou aqui desde que me conheço por gente, e não sei quase nada sobre mim.Não tenho ideia de quem seja a minha família. Só sei que um homem paga pelo meu ensino.É difícil não saber se eu tenho uma família, ou alguém que realmente se importe comigo.Só vivo trancada dentro desse colégio no fim do mundo. Não gosto de estar nesse lugar, é desagradável.__ Angel - escuto alguém me chamar, mas não me viro para olhar - você está surda menina? - meu braço é puxado bruscamente.__ Me desculpe, eu não ouvi você. Estava distraída - pisco meus olhos inocentemente.Lúcia me olha com raiva. Ela é uma das professoras daqui, e não sei o motivo dela não gostar de mim.Muitas pessoas aqui me desprezam. Vivo sofrendo bullying nas mãos de algumas meninas, e ninguém faz nada sobre isso,Será que eu fui um estorvo para meus pais? Por isso eles me deixaram aqui?__ Você tem que entrar - as unhas dela entram na minha carne me causando dor.Seguro as lágrimas para não chorar na sua frente. Não é justo o que ela está fazendo comigo.Sou arrastada de volta para o prédio, onde está localizado o Colégio que passei toda a minha vida.Lúcia murmura alguma coisa sobre não ver a hora de eu completar a maioridade.Assim que as meninas completam 18 anos, são enviadas de volta para casa. Só faltam 3 dias para isso acontecer comigo.Não sei se vou para algum lugar, ou se alguém vai vir me buscar.__ Eu a encontrei, Dolores- Lúcia me coloca sentada na cadeira.__ Pode sair - a mulher já de idade aponta para a porta, e Lúcia obedece, saindo da sala - posso saber onde a senhorita estava?Respiro fundo e olho para os meus pés coberto por esse sapato horrível.Sei alguma coisa de moda. Uma menina do meu quarto deixou uma revista jogada e eu peguei para ler. Em algumas festividades, os pais buscam as meninas, mas isso nunca aconteceu comigo.__ Olhando através do portão. A senhora disse que um dia minha família iria entrar por ele - brinco com o botão do meu fino casaco.Dolores suspira e coloca sua mão sobre a minha, que está em cima da mesa. Ela sorri, mas eu já vi esse sorriso antes, é totalmente falso.__ Queria poder fazer alguma coisa sobre isso, mas infelizmente não posso - mordo meu lábio e evito chorar.__ Se você me disser quem paga para mim ficar aqui, eu posso pedir uma das meninas para pesquisar. Talvez nas férias elas possam... - sinto um aperto na mão e me calo imediatamente.__ Sinto muito querida, mas existem regras, e eu não posso quebra-las. Você entende, não é?__ Sim! - não!Não consigo entender seus motivos. Por que dentre todas essas meninas, eu sou a única que não conhece sua família?Cheguei aqui com 13 anos, mas antes disso, eu não lembro de nada. Talvez em algum momento da minha vida eu tenha perdido a memória e esqueci de tudo que me aconteceu.Foi desesperador no início. Ninguém me contava nada, eu não sabia de nada. Apenas ficava olhando pela janela do meu quarto, esperando que alguém viesse me buscar.Passo o natal com essas mulheres que não me suportam, e eu nem consigo entender o motivo de não gostarem de mim.__ Posso voltar para o meu quarto? - me preparo para levantar da cadeira.__ Tudo bem - antes que eu saia pela porta, sou chamada novamente - não fique muito perto do portão, não é seguro - assinto com a cabeça.Volto para meu quarto correndo. Eu o divido com mais duas meninas. Uma delas é bem quieta, mas a outra não me suporta.Não entendo o motivo, sempre tratei todas as meninas da mesma forma, mas nunca sou retribuída.Me jogo na cama e me cubro com o cobertor. Minha vontade é de chorar, mas depois que ouvi de uma menina que sou dramática, eu não faço mais isso.Escuto barulhos de conversa, mas não me atrevo levantar o olhar para saber quem é.Depois de um tempo, fica tudo em silêncio. A coberta é puxada do meu rosto, e eu levanto em um pulo, um pouco assustada.__ A bebezinha está chorando? - Vanessa fica rindo e as outras meninas a acompanham.__ Eu não estou chorando - ela da um passo para frente e eu engulo em seco.O medo domina o meu corpo. Solto uma lufada de ar por conta do frio que faz. Só está assim por conta da janela aberta.__ Sabia que você é uma estúpida? Vive por aí achando que alguém se importa com você, mas não é verdade. Seus pais deixaram você aqui, e nunca mais iram voltar para não ter que olhar para sua cara de sonsa.Ela vira de costas e sai do quarto junto das outras meninas.Uma lágrima desce pelo meu rosto, mas eu limpo imediatamente.O que ela disse me doeu, me doeu muito. Doeu ainda mais, porque eu sei que é verdade.***Acorda as 6:00am, como todos os dias. Faço minha higiene matinal e coloco meu uniforme, que consiste em um vestido longo, até os joelhos e um laço no pescoço.Os sapatos são pretos, e meu pé dói toda vez que eu o coloco.Saio do banheiro e me sento na cama para arrumar meu material. Coloco um casaco branco de crochê, feito pela Dolores.Além do uniforme, eu não tenho muitas coisas aqui. Até meu material é antigo, já faz 1 ano que eu não troco.A porta é aberta e Cecília entra por ela. É a única professora que eu gosto. Ela me trata bem e conversa comigo.__ O café da manhã está pronto, meninas - me levanto e entro na fila.Todas saem do quarto em fila, e depois vamos diretamente para o refeitório.Cecília sorri para mim e eu faço o mesmo. Por ela estar ao meu lado, nenhuma menina tentou passar na minha frente.Me sento a mesa, um pouco afastados das outras. Olho para o café da manhã e sinto minha boca salivar. Só temos 3 refeições no dia, e é bem pouco, então sempre estou com fome.__ Meninas! - ouço a voz de Dolores um pouco alto, o que significa que ela vai fazer um comunicado - essa é a Stefane, nova colega de vocês. Eu quero ouvir a recepção.__ Seja muito bem-vinda, Stefane - todas a saudam em um coro.A menina é diferente das outras. Seu olhar é intenso, assustador. Ela tem os cabelos pintados de vermelho, não parece natural. Tem uma pequena pedra em seu nariz, um piercing!Ela olha ao redor. Seu olhar para em mim e eu desvio rapidamente.Começo a comer e evito olhar ao redor. Me assusto quando uma bandeja é colocado ao meu lado da mesa.__ Oi - me viro e olho para a nova aluna - qual é o seu nome?__ Está falando comigo? - respiro fundo para tentar não gaguejar novamente.__ Sim! - ela sorri - então, qual o seu nome?__ Angel - o sorriso dela fica maior.__ Como você ouviu, eu sou a Stefane, é um prazer conhecer você.Pela primeira vez em dias eu sorrio sinceramente. Será que estou finalmente fazendo uma amiga?__ Sim, é um prazer!__ A comida é ruim - ela toca levemente no bolo e depois faz um careta.__ Eu já estou acostumada.__ Está a quanto tempo aqui?__ 4 anos - Stefane passa a língua pelos lábios, me mostrando mais um dos seus piercing.__ Doeu? - aponto para o nariz.__ Um pouco, mas depois de um tempo não senti mais nada - levo o último pedaço do bolo a boca.Termino de beber o suco e fico observando ela brincar com a comida. Tenho vontade de avisar que se não comer o café da manhã, elas não vai receber o almoço.__ Não vou comer! Essa coisa é horrível - olho para de um lado para o outro.Pego o bolo e como de uma vez, sem que ninguém veja. Tomo o suco dela para que desça melhor.__ Se você não comer agora, elas deixam você com fome depois.__ Não sei se vou querer comer depois também - dou uma risadinha.Cecília nos chama para as aulas que vão começar daqui a pouco. Stefane fica atrás de mim.Ela começa uma conversa sobre sua vida. Até agora sei que tem 16 anos, e só está aqui porque o pai vai se casar novamente, e ela não gosta da nova madrasta.Entramos na sala. Me sento ao lado da janela, onde da para ver o portão. Stefane fica ao meu lado.Acho que ela realmente gosta de mim, o que me deixa muito feliz.Cecília começa sua aula. Ela dá aula de literatura, uma das minhas matérias preferidas.Começo a copiar o que está escrito no quadro. Olho para o lado e vejo que Stefane não está fazendo nada.Cecília se vira e vê que ela não está fazendo o exercício.__ Por que não está copiando?__ Não estou afim - ela olha para as unhas muito despreocupadamente.Logo um burburinho começa na sala. As meninas olha para ela e depois conversam entre si.__ Silêncio! - a professora faz todas se calarem - aqui todas fazem o dever, você não é exceção. Então comece seu exercício.__ Não! - engulo em seco.Olho para ela, implorando para que não discuta, mas ela nem me olha.__ Levante! Vamos falar com a diretora - Stefane se levanta e vai até a porta - quero todas em silêncio até eu voltar. Continuem copiando o exercício! - ela grita fazendo com que eu me assuste.Assim que ela sai, todas ficam em silêncio. Cecília nunca tinha agido assim antes. Até me deixou um pouco assustada.Continuo a copiar os exercícios do quadro. Depois de responder a todos eles. Olho para a janela.A neve cai de forma lenta sobre o chão. Minha atenção está sobre o portão.Tenho que parar com essa bobagem. Minha família não vai aparecer por aquele portão. Tenho que aceitar que eles não me querem mais.Vejo algum coisa se movimentar do lado de fora. Esfrego meus olhos para saber se estou olhando certo.Meu corpo inteiro se arrepia quando um homem todo vestido de preto aparece. Ele olha para dentro do colégio e retira uma câmera da bolsa.Fotos são tiradas do local. A câmera é apontada para a janela onde eu estou e uma foto é tirada.Minha respiração fica desregular. Ele me viu e sabe que eu o vi.Sinto o medo me dominar. Minha vontade é de sair correndo, mas e se ele fizer alguma coisa comigo?O homem leva o dedo aos lábios, em um pedido de silêncio. Ele da um sorriso que não me agrada, só me faz sentir mais medo.__ Terminaram os exercícios? - olho para Cecília que entra na sala.Stefane não está ao lado dela, o que significa que ela ficou de castigo. Não queria que isso tivesse acontecido.Olho novamente para a janela. O homem já não está mais lá.Depois das aulas, eu volto para o meu quarto. Fico me perguntando se eu deveria contar a alguém o que eu vi. Mas quem vai acreditar em mim?Tomo um banho e coloco outro uniforme, mas é a mesma coisa, então não muda muito.Vou até a biblioteca que tem aqui. Pego um livro e começo a ler.Depois de um tempo alguém se senta na minha frente. Olho para Stefane, ela parece bem cansada.__ O que aconteceu?__ Essas malucas me colocaram para limpar a cozinha com uma escova de dentes. Olha só o meu joelho.O joelho dela está bastante machucado, quase em carne viva. Sinto muita pena pelo que aconteceu a ela.__ Sinto muito!__ Está tudo bem - balança a mão como se não fosse nada - o que aconteceu? Você parece assustada.__ Nada! - olho para a janela da biblioteca, que da diretamente para o portão - não é nada!P.O.V. Angel Alguns Anos Depois Olho para minha filha enquanto ela anda pelo tapete, vindo na minha direção. _ Mãe, quero biscoito - ela faz um bico. _ Filha, você já comeu, não pode mais. Tento ao máximo controlar a alimentação dos meus filhos. Não gosto de dar nada que possa fazer mal. Sempre sigo a dieta da nutricionista deles. Fiz uns biscoitos caseiros e compartilhei entre os dois. Sophia com seus 4 anos, é uma menina levada e um pouco birrenta, por isso quase nunca aceita um não. Culpo o Heitor por mimar tanto sua princesa. Mas eu também mimo ela, apesar de não gostar de admitir. Vendo que não iria conseguir o que queria, Sophia vai até o Anthony, chorando pelo biscoito. E como o irmão protetor que ele é, rapidamente entrega a ela. _ Senhora, está na hora de arrumar as crianças. Hoje iria ocorrer uma festa na empresa do meu marido. É uma empresa para lavagem de dinheiro, mas é necessário manter as aparências. _ Me ajuda, Kiara? - ela assente. _ Vamos crianças, hora d
P.O.V. Angel Alguns Meses Depois Passo a mão pela minha barriga, agora já de nove meses. Meu bebê pode nascer a qualquer momento e isso me da certa ansiedade. Heitor está sendo bem atencioso. Ainda mais porque ele não conseguiu ser muito presente quando Anthony nasceu. _ Você tem certeza que deseja fazer isso? - Alex me questiona. Estou amando ter meu irmão comigo, é simplesmente perfeito ter ele por perto. Apesar de não parecer gostar muito do meu marido. _ Tudo que eu mais quero, é ter um casamento decente. Da última vez, eu praticamente me casei obrigada. Mas agora eu o amo muito, e quero que seja um dia que eu me sentirei realizada. Alex não parece entender muito isso, ele ainda é um pouco relutante sobre tudo. _ Estou aqui para apoiar você - ele sorri - só estou tentando ser o irmão protetor. Sinto meu coração se aquecer com o que ele diz. O tempo no orfanato me fez pensar que eu não era amada. Tudo naquele lugar era ruim. O sentimento de abandono não me deixava. Mas
P.O.V. Sérgio Sigo Aurora até sair da casa, apenas ouvindo ela chorar como se Alex estivesse morto Só de pensar nele morto, um arrepio percorre meu corpo. Medo, o puro e mais genuíno medo _ Filha, por favor, não chore. _ Eu quero o Alex aqui - ela esfrega os olhos - por favor, pai. Me abaixo, até ficar na altura dela. Retiro um lenço do meu terno e passo em seu nariz. _ Eu vou viajar, vou até ele e vou ter certeza de que ele está bem, ok? _ Não! Quero ele aqui. Comigo, com a gente. Aurora é sempre tão inteligente, tudo que ela está fazendo agora, é birra. Porque essa menina fala com o Alex sempre que ele liga, o que é mais de 3 vezes ao dia. Como pode estar sentindo falta dele? _ Aurora, você não vai ter sempre tudo o que quer. Alex e eu nunca vamos dar certo. _ Por que não? Temos que ser uma família. Suspiro, sem saber o que responder. É difícil explicar certas coisas para uma criança. Não tenho a mínima ideia do que responder. _ Eu vou para a Rússia, e você vai ficar com
P.O.V. Angel _ Como assim, Heitor? - o medo toma conta de mim. Eu acabei de passar por algo parecido, para voltar a passar por isso? Não pode ser, isso é um pesadelo. _ Ele fez alguma coisa de errado, eu não sei ao certo. Só fui informado sobre isso. _ Eu quero ir para a Rússia, quero ver ele - Sérgio me olha confuso. _ Angel, você está grávida, acabou de passar por um momento... _ É o meu irmão, eu estou preocupada. _ Estamos falando do nosso bebê, pense nele um pouco. Fico com raiva do Heitor. Eu penso sim no meu bebê, não é justo ele falar isso. Eu só estou preocupada. Alex se tornou uma parte importante da minha vida, eu o amo e me preocupo com ele. Ficar sem saber como ele está, me deixa ansiosa. _ Tudo bem, Heitor. Eu não vou fazer nada, conversamos quando você chegar - me despeço dele e encerro a ligação. Coloco as mãos no rosto e suspiro irritada, meu marido sabe como me irritar. Deus... Todos os homens são assim? _ O que aconteceu com o Alex? Ele está bem? Me vir
P.O.V. Angel Henrique estava prestes a acertar minha barriga quando a porta é aberta com força. Meu corpo inteiro treme de medo. O corpo do meu irmão cai pra frente, mostrando que ele estava exausto. - Alex... - sussurro baixinho. Meu irmão estava cansado e destruído. O sangue ainda escorrendo do rosto dele. - Esse inúteis. Como deixaram ele sair? - Henrique fala com raiva. Ele puxa Alex pelo braço e o deixa no canto daquele lugar. Eu estava com tanto medo que não conseguia nem falar nada. O que ele faria com o meu irmão? - Já me cansei de você - Henrique aponta uma arma para ele. Antes que ele atirasse, barulhos de disparos podem ser ouvidos. - Heitor... - sussurro. Eu tenho certeza de que meu marido está aqui. Eu não tenho dúvidas. - Senhor - a porta é aberta de uma só vez - ele está aqui. Henrique da uma risada seca e sem nenhum humor. - É claro que está. Veio buscar você - a arma é apontada para mim - será a isca perfeita. Henrique me solta e me puxa pelo cabelo. E
P.O.V. Heitor - Pode ficar parado aí - Henrique aparece e aponta a arma para Angel. Para não colocar Angel em risco, eu fico parado no mesmo lugar. Olho ao redor para ver se não tem nenhuma saída. - Você está bem, Angel? - Ele quer matar nosso filho, Heitor - dou um passo a frente, mas logo me lembro que Henrique está apontando uma arma para Angel. Henrique estava louco. Ele não tem a mínima noção do que eu vou fazer com ele se tocar na Angel. - Não inventa, Henrique. Você ficou louco? - A culpa disso tudo é sua e do seu maldito pai. Eu não estava entendendo a raiva dele. Henrique não tem motivo nenhum para estar fazendo isso e se tem, eu não sei. - Você não quer saber o motivo Heitor? - ele pergunta. Henrique pisa em cima da Angel e ela geme de dor. Não penso duas vezes antes de apontar a arma para ele. Mas é óbvio que Henrique não é nenhum estúpido. Não demora muito para que tenha 5 homens envolta, aponta metralhadoras para mim. Mesmo assim eu não abaixo a minha arma.
Último capítulo