O amor pode ser bom, mas tudo depende de nossas escolhas e de saber delimitar nossos limites antes que os sentimentos nos engulam. Julie estava sobre ameaças frequentes de um colega de classe e um traficante com o qual ela tem uma dívida deixada por sua mãe antes de morrer. O destino a leva até a mansão dos Salvatore onde ela consegue emprego como empregada e sua vida fica ainda mais confusa com os sentimentos contraditórios dos irmãos gêmeos que aparentemente se odeiam e única coisa que parecem ter em comum é a obsessão por ela.
Leer másJulie
Corro, Parece que é tudo o que faço desde que aprendi a andar. O som das solas dos meus sapatos batendo no pavimento molhado, a ardência nas minhas pernas a cada impulso para frente, os olhares estranhos das pessoas ao meu redor. Para mim era tudo normal. Ouço suas risadas, risadas doentias enquanto correm na minha frente, jogando minha mochila para todos os lados como se fosse um brinquedo. – Venha e pegue, Cooper! – Ele grita, a excitação está impregnada em sua voz áspera por causa de todos os cigarros que ele fuma. Esse era Scott Wayans. Ele fuma desde os seis anos de idade e encontrou prazer na minha dor. Junto com seus outros colegas, Jackson Lutter, Emmy Olsen e Mark Fromt, eles tinham apenas um objetivo. Tornar minha vida um inferno. Eu podia sentir meu coração batendo forte no meu peito Não sei há quanto tempo estou correndo, mas não podia deixar que levassem minha mochila, a única coisa que eu mais prezava. Foi a última parte do meu pai que me restava, o último item que ele me presenteou antes de morrer. Eu tinha apenas 9 anos e não entendia a ideia de que ele nunca voltaria. Até minha mãe. Ela estava tão triste, acho que nunca vi alguém tão desolada quanto ela, principalmente porque ela lidava com drogas. Drogas que não podíamos pagar para obter. E quando ela teve uma overdose, toda aquela dívida caiu sobre mim. Sinto a dor na garganta, aquela logo antes de não conseguir mais controlar minhas lágrimas. Meu cabelo estava molhado da chuva, minhas roupas encharcadas, e minha voz quase sumiu enquanto eu gritava e implorava para que me devolvessem. Eles não fariam isso. Afinal, isso foi só o começo. Eles entram em um beco, rindo como um bando de hienas e eu, como o idiota que sou, os sigo. Eu estava tentando recuperar o fôlego, meu cabelo molhado grudava no meu rosto e a chuva só ficava mais forte a cada momento. Eles olham para mim, me aponta a mochila para eu alcançar e me observam com alegria enquanto me aproximo, pensando que eu poderia simplesmente pegá-la e correr. – Vá em frente, não tenha tanto medo. – Mark Front diz, movendo a mochila para mais perto do meu alcance. Olho para eles, parados em círculo ao meu redor, enquanto sinto minha mão na velha mochila que estava comigo desde o ensino fundamental. Tento pegá-lo, mas Mark o segura com força, com um sorriso malicioso no rosto enquanto olha para os amigos. – Você não quer a mochila? Pegue. Ela. – Ele grita na minha cara, e eu tropeço para trás com sua voz, sentindo minha garganta fechando e meu coração disparado quando percebo o que estava por vir. Ouço a câmera deles ligar e uma risada sai da boca de Emmy antes que o punho de Scott acerte meu rosto. Eu não conseguia sentir nada quando fui empurrada para uma poça suja, suas vozes se transformando apenas em murmúrios. Parecia o inferno. Levo chutes nas costelas, nas pernas, na cabeça, em todos os lugares. Um grito de dor ao qual já me acostumei ecoa pelo meu corpo quando eles dão um último chute no meu estômago antes de vivarem vitoriosos. Eu estava quase desmaiando, até que senti como se estivesse sufocando. Meu corpo, por instinto, move-se lentamente para cima enquanto tento não sufocar com a água da poça. Meu corpo estava em alerta, me dizendo para não me mover por causa da dor, mas eu não tinha escolha. Lentamente, rastejo até minha mochila que tinha sido jogada em outra poça. Pego-o, observando a água suja escorrer pelas laterais, e choro. Choro enquanto coloco a mochila nas costas, como se nada tivesse acontecido, choro enquanto limpo a sujeira e a lama do meu rosto, choro durante todo o caminho até o lugar onde trabalho há 3 anos. E antes de entrar, enxugo minhas lágrimas, coloco um sorriso no rosto e abro a porta. O lugar sempre cheirava a gordura e suor, cobertos pela obsessão da Sra. Mary por incenso. Ela nunca gostou de mim, ninguém nunca gostou de verdade, então chegar tarde não ajudaria em nada sua antipatia por mim. Reconheço seu rosto envelhecido, óculos grandes, maquiagem brilhante e cabelos presos em um redemoinho de mechas loiras enquanto ela corre de um lado para o outro, fazendo o trabalho de duas pessoas. O trabalho que eu deveria estar fazendo. Se não fosse por Scott ter pego minha mochila na escola, isso nunca teria acontecido, mas aqui estava eu, tentando falar com a Sra. Mary, que não reconhecia minha presença. – Sra. Tilsky, desculpe pelo atraso. Tive que ficar um pouco depois da escola para uma prova.– Eu digo enquanto ela vai para o fundo do pequeno restaurante. Ela se senta em uma cadeira, respirando fundo enquanto enxuga o suor da testa devido à correria. – Você está demitida. – Ela cospe, e eu sinto meu mundo congelar com essas palavras. – N..não, Srta. Mary, você não entende! Eu preciso desse emprego, por favor, não faça isso comigo. - Não termino quando ela aponta agressivamente o dedo para a porta, suas rugas na testa se juntando de raiva. – Por favor.– Imploro mais uma vez, mas ela me ignora e vai até outro cliente. Sinto as lágrimas quentes descendo novamente e saio vergonhosamente do restaurante com minhas roupas encharcadas me puxando para baixo e minha cabeça em direção ao chão. Tudo bem, eu poderia simplesmente encontrar um novo emprego, e então eu economizaria, economizaria e economizaria, e quando todas as dívidas fossem pagas, Sebastian não me incomodaria mais, eu me formaria no ensino médio e viveria uma vida normal. Todas as minhas esperanças murcham quando recebo uma mensagem terrível no meu telefone antigo, que quase estava quebrado. ''Estou te dando 3 semanas, se eu não tiver dinheiro até lá, vou foder esse seu corpinho doce e te despedaçar membro por membro'' Sebastian. O traficante da minha mãe. Me encontrou depois da morte dela e me disse que me daria algumas semanas para encontrar um emprego e pagar o resto da dívida. 35.000 dólares Agora eu não tinha emprego, e ele descobriria. Ele sempre descobre tudo. Se eu não encontrasse um emprego agora, minha vida estaria acabada antes mesmo que eu pudesse começar. Através da dor agonizante, minhas pernas finalmente me levaram ao lugar que eu chamava de lar. Era um apartamento de um quarto, que parecia mais estar caindo aos pedaços do que qualquer coisa. Os tetos pingavam água quando chovia, os pisos rachados, as paredes sujas e a cama quase quebrada. Tiro minhas roupas molhadas e as coloco no meu pequeno cesto de roupa suja antes de entrar no chuveiro. A água quente dura 4 minutos e 32 segundos, então, assim que a água é ligada, eu entro e tento terminar o mais rápido possível. Minha pele queima quando a água quente penetra nos meus cortes, mas eu ignoro, como faço com a maioria das coisas. Meu corpo dói enquanto visto meu único pijama, minha cabeça lateja e minhas pernas ainda doem de toda a corrida anterior. Estava quieto, vazio e solitário quando saí do banheiro. O quarto estava escuro, e o único som que eu conseguia ouvir era o casal no andar de cima discutindo mais uma vez e o som da chuva forte lá fora. Pego uma tigela de cereal seco e como devagar enquanto navego pelo meu telefone, procurando vagas de emprego. Nada.MELISSAOlho para minhas roupas. Eu estava usando jeans e um suéter grosso.— Você mudou de ideia? — Ele ri.— Não, eu... eu só preciso me preparar. — Eu digo.Olho para o moletom preto dele, que era muito mais claro que meu suéter quente, e o pego, sentindo seus olhos queimando minha pele.— Eu já volto. — Digo, indo até o banheiro para me trocar.Tiro meu jeans e suéter, vestindo o longo moletom com capuz que ia até meu joelho. Era longo o suficiente para que eu não mostrasse nada a ninguém, e cheirava a colônia dele.Prendo meu cabelo em um rabo de cavalo alto antes de sair com minhas roupas nas mãos, colocando-as em uma cadeira.— Cazzo. — Ele murmura. Sua voz estava rouca, enviando arrepios pelo meu corpo enquanto ele se aproximava de mim.Movo minha mão em seu peito nu quando ele está prestes a se inclinar para um beijo. — Estamos aqui para aprender, não para beijar. — Eu rio, observando seu rosto ficar desapontado.— Que pena. — Ele diz enquanto eu caminho até o tatame, indo a
MELISSAQuando Richard chegou em casa ontem à noite, eu já estava em sono profundo e, quando acordei de manhã, ele não estava mais lá, provavelmente no trabalho.Suspiro, já sentindo falta da presença dele. Eu entendia que o trabalho era importante, mas sentia falta de sair com ele.Tudo estava tão estranho ultimamente, tudo que eu pensava era no que ele estava fazendo, onde ele estava, se ele tinha comido, se o trabalho estava sendo muito difícil para ele.Todos os meus pensamentos giravam em torno dele, e meu coração doía a cada minuto que eu não podia estar com ele. Só a companhia dele me fazia feliz.Eu me arrumo para o dia, tomo café da manhã e vou para a biblioteca como de costume. Foi difícil focar no meu livro, considerando que Carlo estava ouvindo música alta. Ele e alguns outros homens, eu presumi, estavam treinando, mas a música ainda podia ser ouvida claramente.Eu gemo de irritação quando a música fica ainda mais alta, fechando meu livro com força enquanto vou para a sala
MELISSA— Então, o que você e Carlo estavam fazendo a noite toda ontem? — pergunto curiosamente a Madison enquanto estou deitada na cama, mordendo uma maçã.— Não queria falar disso. — suspira, sentando-se ao meu lado. Franzo as sobrancelhas.— Por quê? Não foi bem? — pergunto.— Bem, nós dois concordamos que não queríamos um relacionamento. — Ela diz e eu olho para ela chocada. Eu realmente pensei que eles entrariam em um relacionamento com a maneira como eles estavam se olhando.— Mas nós fizemos sexo. — Ela diz, e eu paro a grande mordida que eu ia dar na minha maçã.— Vocês entraram escondidos na casa então? — eu digo, ainda tentando processar isso. Era estranho pensar nisso, principalmente porque eu via Carlo como um irmão irritante.— Não, fizemos no banco de trás do carro dele. — Ela ri nervosamente, seu rosto ficando vermelho.— Não é de se espantar que vocês tenham desaparecido em um momento. — Eu digo a mim mesma, juntando as peças agora. Eles estavam se pegando em algum mom
MELISSAO rosto do homem empalidece. Suas mãos se movem para cima em derrota, virando-se rapidamente para ir embora.Nem me incomodo em me virar, pois estou prestes a continuar andando para frente. Eu falho quando a mão de Richard envolve minha cintura, me puxando de volta para seu peito.— Por que você continua me evitando? — Ele pergunta, com a voz baixa.Eu já podia sentir os olhos assassinos de todas as mulheres em mim. Preciso tentar evitá-lo.— O que você quer? — Faço uma careta, ignorando sua pergunta enquanto tento sair de seus braços.— Você poderia me ouvir por um segundo? — Ele me encara, me virando para que eu pudesse ficar de frente para ele.— Por quê? Para que você possa apontar todas as mulheres aqui com quem você dormiu? — Eu digo, olhando para o rosto dele. Parecia que eu não o via há muito tempo, mesmo que tenha sido apenas um dia.— Você sabe que eu não faço mais isso, Mel. Desde que te conheci, não toquei ou olhei para nenhuma outra mulher do jeito que olho para v
MELISSA — Vejo vocês amanhã. Espero que Richard me deixe ir. — Eu digo, sabendo que ele já está bravo comigo.— Ele definitivamente vai deixar você ir, ele vai todo ano com Carlo. — Sorrio enquanto ambos acenam.Aceno de volta antes de me virar hesitante, me deparando com o olhar mortal e furioso mais uma vez.Vou até ele com um sorriso, esperando que isso o deixe menos irritado.— O que você estava fazendo? Por que não me disse para onde estava indo? — Richard diz enquanto caminho até ele, minha sacola de compras na mão. Seus olhos se movem para cima e para baixo no meu corpo, terminando de volta no meu rosto.— Eu não queria te incomodar. — Digo, dando uma desculpa.— E se alguém te machucar? Você sabe o quão fácil é simplesmente pegar você? — Ele diz, saindo do carro e caminhando direto para mim. Seu corpo alto se eleva sobre mim enquanto ele me olha, seu cabelo escuro levemente bagunçado.Reviro os olhos, cruzando as mãos sobre o peito. — Isso é um pouco dramático, não é? — digo
MELISSAAcordo na manhã seguinte, meu corpo dolorido. Viro-me para o lado, minhas sobrancelhas franzidas quando percebo que ele tinha ido embora.— Estou bem aqui, principessa. — Ouço sua voz rouca dizer, e viro minha cabeça para encontrá-lo saindo do banheiro, seu cabelo molhado. Ele não estava usando camisa, apenas calça de moletom preta.Rapidamente cubro a parte superior do meu corpo com o edredom, observando enquanto ele se inclina sobre mim, beijando minha bochecha.— Não seja tímida, eu já vi tudo. — Ele sorri e eu queimo vermelha com suas palavras.— Eu fiz você se atrasar para o trabalho? — murmuro, percebendo que era quase meio-dia.— Eles sobreviverão sem mim por algumas horas. — diz enquanto veste uma camisa preta.Suspiro, notando o copo de água na mesa de cabeceira ao meu lado. Estendo a mão, pego o copo e bebo a água fria.— Você está dolorida? — ele pergunta de repente, e eu quase engasgo com a água.Eu aceno com a cabeça, perturbada.— Descanse na cama hoje, volto mai
Último capítulo