A manhã seguinte trouxe uma claridade suave que penetrava pelas frestas da cortina, invadindo o quarto com uma calma quase incômoda. Damian acordou antes de Luna, deitado ao seu lado, observando o modo como ela respirava lentamente, como se o mundo fosse apenas dela naquele instante. Ele nunca tinha se permitido esse tipo de contemplação, mas com Luna parecia inevitável. Cada detalhe dela o prendia em uma espécie de transe silencioso, e era como se, pela primeira vez em muito tempo, não houvesse pressa para nada.
Luna, ainda sem abrir os olhos, murmurou algo inaudível e virou-se para o outro lado. Damian sorriu de canto, aproximando-se mais dela. Sentia o coração aquecer de uma maneira que não sabia explicar. Ele, que sempre acreditou não precisar de ninguém, estava se descobrindo dependente de uma presença que o desafiava e o fazia querer ser alguém melhor.
Quando finalmente abriu os olhos, Luna se deparou com o olhar intenso dele fixo nela.
— Você me olhando assim logo de manhã é pe