O cheiro de café fresco se misturava ao aroma do pão na chapa. A manhã começava preguiçosa, iluminada por raios de sol que invadiam as frestas da persiana do apartamento.
Helena estava sentada à mesa da cozinha, de moletom e cabelo preso de qualquer jeito, enquanto mexia distraidamente uma colher na xícara de chá que Clara, por força de imposição, a tinha obrigado a substituir pelo café.
Eduardo surgiu logo atrás, ajeitando os punhos da camisa social, pronto para mais um dia de trabalho. Parou por um segundo, observando a cena — aquela mulher, no seu espaço, na sua casa. E sorriu.
— Bom dia, dona Ribeiro — ele disse, puxando a cadeira ao lado. — Dormiu bem?
— Uhum... — respondeu, sem esconder o tom de preguiça na voz. — Acho que fazia tempo que eu não dormia tão bem assim.
Ele se aproximou, deu um beijo demorado no topo da cabeça dela e, antes de sentar, serviu-se de café.
— Eu quase não quis sair da cama hoje — confessou, sorrindo, enquanto passava manteiga no pão. — Acho que você me