O silêncio no tribunal era opressor. Helena apertava a mão de Eduardo com força, tentando disfarçar o tremor que corria por seu corpo. À sua frente, Marina — ou melhor, Elisabeth — estava sentada no banco dos réus, algemada, com o olhar vazio, frio, completamente diferente da mulher que ela, por um breve instante, havia tentado entender como mãe.
O juiz ajustou os óculos, folheando os autos do processo, enquanto o promotor começava sua acusação, meticuloso, impiedoso.
— Senhora Elisabeth Tavares Ribeiro, também conhecida como Marina Tavares — começou ele, olhando diretamente para ela —, a senhora está sendo acusada de uma longa lista de crimes: falsidade ideológica, perseguição, difamação, fraude, tentativa de extorsão, associação criminosa e dano emocional gravíssimo à sua própria filha. Além disso, sua participação nos ataques à empresa Vasconcelos Corp. também está sob investigação.
Marina não reagiu. Nem uma piscada. Seu olhar parecia perdido, mas no fundo, carregava uma faísca de