As grades da cela eram frias, mas o olhar de Marina — ou melhor, Elisabeth — queimava de ódio. Sentada na ponta da cama, ela observava o pequeno espaço onde agora passava seus dias. Do lado de fora, a carcereira fazia ronda, ignorando a mulher que, apesar das circunstâncias, ainda transbordava arrogância e poder.
No entanto, o que poucos imaginavam é que a prisão jamais foi suficiente para calar uma mente como a dela.
O som da tranca se abrindo fez Marina erguer o olhar, já esperando quem era.
— Cinco minutos. — anunciou a agente penitenciária.
Valentina entrou, impecável. Casaco bege estruturado, salto fino, óculos escuros, como se aquela visita fosse apenas um compromisso qualquer em sua agenda lotada. Assim que a porta se fechou atrás dela, retirou os óculos, revelando olhos frios e calculistas.
— Você está atrasada. — Marina comentou, cruzando os braços.
— E você está... — Valentina analisou o ambiente, franzindo o nariz. — ...em uma situação bastante desagradável.
— Cuidado com o