A casa de Henrique ficava em uma rua discreta da zona sul, cercada por árvores antigas e um silêncio confortável. Quando Eduardo estacionou em frente ao portão, Helena se sentiu como se estivesse cruzando uma linha invisível — da dúvida para a verdade.
Henrique os recebeu com um meio sorriso e um abraço contido. Estava vestido de forma casual, mas havia tensão em seus ombros. O velho amigo de Eduardo não era de rodeios, e Helena sabia que ele não os chamaria ali se não tivesse algo realmente importante.
— Entrem — disse, abrindo espaço para os dois.
Na sala, a luz era suave. Sobre a mesa de centro, havia uma pasta parda, fechada com um elástico surrado. Henrique fez um gesto para que se sentassem e então, sem cerimônia, soltou a pasta diante deles.
— Achei algo. E não é pequeno.
Helena trocou um olhar rápido com Eduardo antes de puxar o conteúdo da pasta. Os primeiros papéis eram cópias de registros administrativos: fichas funcionais, crachás, movimentações internas de RH. No centro d