Naquela manhã, quando cheguei à empresa, a primeira coisa que fiz foi chamar Go-eun até minha sala. A noite mal dormida me deixara com os nervos à flor da pele, e eu ainda não conseguia tirar da cabeça as perguntas sem resposta em torno do assassinato dos pais de Soo-ah e do seu tio.
Quando Go-eun entrou, percebi o leve tremor em sua expressão.
— Que foi? Fiz alguma coisa de errado? — ela perguntou, franzindo a testa.
— Não sei. Depende do que você vai me responder. — disse, tentando manter a calma. — Apareceu alguém aqui procurando pela Soo-ah?
— Alguém...?
— Sim. Uma mulher, por exemplo. Essa aqui. — Abri a imagem que Soo-ah tinha me mandado no celular. Era o rosto da mãe dela. Segurei a tela diante do rosto de Go-eun, e observei com atenção a sua reação.
Ela arregalou levemente os olhos, como quem lembrava de algo.
— Ah, tá... coitada. A gente almoçou algumas vezes. Ela pagava. Disse que queria muito rever a filha, que tinha feito uma besteira na vida, mas que estava arrependida. F