Elize permaneceu ali por alguns segundos, os olhos fixos em um ponto imaginário à frente, como se estivesse rebobinando lembranças e juntando peças de um quebra-cabeça que até então ela nem sabia que existia.
 Em seguida, se levantou sem dizer mais nada. Apenas acenou com a cabeça em sinal de encerramento e saiu da sala.
 Assim que a porta se fechou, Henrique soltou um leve suspiro e olhou para o irmão.
 — Eu tava pensando... Rodrigo pode ajudar nisso.
 Arthur arqueou uma sobrancelha, já antecipando o rumo da conversa.
 — O Rodrigo?
 — O pai dele é promotor, tem trânsito em tudo quanto é canto do Ministério Público. E se tem alguém que adora ver o circo pegar fogo mais que a gente, é ele.
 Arthur sorriu com a metade do rosto, pensativo.
 — É... e com a língua afiada daquele tamanho, se tiver qualquer fofoca rolando nos bastidores, ele vai saber. E vai contar — apoiou os cotovelos na mesa e entrelaçou os dedos. — Mas e o risco?
 Henrique assentiu, já calculando os limites.
 — Ele não