Festas nunca foram o meu lugar preferido. Pessoas demais, conversas banais, risadas que soam ocas depois de alguns minutos. Mas quando Sophie me pediu ajuda para organizar a surpresa de Liam, percebi a oportunidade escondida: Tessa.
Sabia que ela não conseguiria escapar de Sophie. E se ela entrasse na minha casa, cercada por paredes que pertenciam a mim, não haveria fuga possível.
No dia da festa, fiquei satisfeito em ver que meu palpite estava certo. Ela chegou pontual, como sempre, linda de tirar o folego, carregando caixas e planilhas mentais, pronta para transformar qualquer bagunça em ordem. Gosto de como ela tenta controlar o ambiente, como se pudesse manter todos os monstros longe apenas alinhando copos de cristal.
— Você realmente leva a sério esse negócio de alinhar copos — disse, aproximando-me, só para ver aquele músculo da mandíbula dela endurecer.
— Se vamos fazer, que seja direito. — Nem se deu ao trabalho de me encarar.
Ela não percebia que essa frieza só me alimentava.