Não lembro a última vez em que um quarto pareceu tão silencioso.
O som da chuva, que ainda caía lá fora, era um lembrete distante de que o mundo seguia, indiferente ao caos que havia me atravessado. Mas dentro daquele quarto… tudo estava quieto.
Tessa dormia.
Ela estava deitada em meus braços, o rosto apoiado no meu peito, respirando de forma leve, como se finalmente tivesse encontrado descanso.
O peso do corpo dela era quase nada, mas a presença, essa sim, era esmagadora.
Eu a observava em silêncio, com medo até de piscar e perder um segundo daquilo.
As mechas do cabelo dela estavam espalhadas pelo travesseiro, a pele ainda pálida, marcada, mas calma. Eu nunca imaginei que algo tão simples quanto vê-la dormir pudesse me desmontar por dentro.
A noite anterior ainda girava dentro da minha cabeça como uma tempestade.
O momento em que a encontrei, ensanguentada, tremendo no chão frio; o som da voz dela dizendo meu nome; o olhar que implorava por ajuda. E depois, quando finalmente estava