O mundo pareceu desmoronar em questão de segundos. Um instante antes, eu estava presa entre o balcão de mármore e o corpo de Demian, sentindo a respiração dele misturar-se à minha, o calor do beijo que quase se consumou queimando na pele. No instante seguinte, a porta abriu e aquela mulher surgiu, com o sorriso vitorioso de quem reivindica algo que eu jamais teria coragem de pedir.
— Voltei. Agora podemos finalmente casar, como havíamos concordado.
As palavras dela ainda ecoavam nos meus ouvidos quando meu corpo reagiu por mim. Recuar foi instinto. Pegar minha bolsa foi necessidade. E sair daquela casa, urgência.
— Tessa… — a voz dele soou atrás de mim, baixa, quase um pedido.
Não olhei para trás. Se eu o encarasse, perderia as poucas forças que ainda me mantinham erguida. Cruzei o corredor com passos firmes, mas por dentro tudo estava quebrado. Segui em direção ao estacionamento da mansão, cada batida dos meus saltos reverberando como se fosse um martelo dentro do meu peito.
A chave