O som da porta se fechando ainda ecoava pela casa quando percebi o que havia acontecido.
Ela se foi.
Fiquei parado por longos segundos, olhando o espaço vazio, esperando que, de algum modo, Tessa voltasse, que sua voz soasse de novo pelo corredor, que ela mudasse de ideia. Mas o silêncio respondeu no lugar dela.
Peguei o café ainda morno que estava sobre a mesa e despejei na pia da cozinha. A calma que dominava o dia inteiro se dissolveu, e no lugar dela veio o desconforto conhecido: o peso da perda.
Eu havia prometido a mim mesmo não estragar aquele momento. Não estragar o que eu tinha com ela.
E, no entanto, bastou um telefonema para lembrar a Tessa de quem eu realmente era, alguém cercado de sombras, de histórias mal resolvidas e fantasmas que nunca ficavam quietos.
Andei pela casa em silêncio. O jardim, onde havíamos rido horas antes, agora parecia um cenário apagado. A sala, onde ela havia me olhado com aquele brilho de tranquilidade, parecia fria de novo.
Sentei-me no sofá, com