Era fim de tarde, e o sol entrava pela janela da sala com uma luz dourada e suave. Clara dormia no colo de Helena, com a cabeça encostada no peito e a respiração tranquila. Arthur estava sentado ao lado delas, com um caderno de desenhos no colo, rabiscando sem pressa.
— Você já percebeu como essa casa mudou? — perguntou Helena, em voz baixa.
Arthur olhou ao redor. Os móveis eram os mesmos, as paredes também. Mas havia algo diferente. Fotos novas, brinquedos espalhados, mantas dobradas com cuidado. E, acima de tudo, uma sensação de acolhimento que não existia antes.
— Mudou porque agora tem mais vida. Mais sentido.
Helena sorriu.
— Mudou porque agora tem mais amor.
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Nos dias seguintes, a rotina se ajustava aos poucos. Clara começava a reconhecer vozes, reagir a sons, sorrir com mais frequência. Helena e Arthur se revezavam nas tarefas, mas também encontravam tempo para estarem juntos não como pais, mas como casal.
Uma noite, depois que Clara dormiu, eles se sentaram na varanda com c