Era madrugada quando Helena acordou com uma dor diferente. Não era incômoda, mas também não era comum. Ela ficou deitada por alguns minutos, tentando entender. Arthur dormia ao seu lado, tranquilo, com a mão sobre a barriga dela, como fazia todas as noites.
A dor voltou. Mais forte. Mais clara.
— Arthur — disse ela, com voz baixa.
Ele abriu os olhos imediatamente, como se já soubesse.
— É agora?
Helena assentiu, tentando sorrir.
— Acho que sim.
---
O caminho até o hospital foi silencioso, mas cheio de significado. Arthur dirigia com calma, mas os olhos denunciavam a emoção. Helena olhava pela janela, sentindo o mundo mudar. Não era medo. Era entrega.
Na maternidade, tudo aconteceu com leveza. A equipe era gentil, o ambiente acolhedor. Arthur não saiu do lado dela em nenhum momento. Segurava sua mão, murmurava palavras de carinho, olhava nos olhos dela como quem dizia: “estamos juntos”.
As horas passaram. A dor aumentou. Mas junto com ela, vinha uma força que Helena não sabia que tinha