Helena acordou com o som da porta do banheiro se fechando. Arthur já estava de pé, como sempre, preparando o café. Mas havia algo diferente naquela manhã. O silêncio entre eles não era confortável era tenso.
Ela se levantou devagar, tentando entender o que havia mudado. Na cozinha, Arthur estava de costas, mexendo na cafeteira com mais força do que o necessário.
— Bom dia — disse ela, tentando soar leve.
— Bom dia — ele respondeu, sem virar.
Helena se aproximou, pegou sua xícara, e esperou. Arthur finalmente se virou, com os olhos cansados.
— A gente precisa conversar.
Ela assentiu, já sentindo o coração acelerar.
— Ontem, recebi uma proposta para trabalhar fora. Em Lisboa. É um projeto grande. E eu não sei o que fazer.
Helena ficou em silêncio. Não por falta de palavras, mas por excesso de pensamentos.
— Você quer ir?
Arthur hesitou.
— Eu não sei. É uma chance incrível. Mas também... tem você.
Ela respirou fundo.
— E você acha que eu te impediria?
— Não. Mas tenho medo de que isso no