O plano era simples na teoria. Insano na prática. E totalmente perigoso.
Eu seria a isca. Usada para atrair Barış. Para obrigá-lo a sair do buraco onde se escondia desde o confronto no galpão. Mehmet não queria. Ayla era contra. Mas eu sabia que era a única forma de encerrarmos aquele ciclo de ódio.
Na noite anterior ao plano, ficamos em silêncio por horas. Mehmet e eu sentados diante da lareira apagada, apenas ouvindo a respiração um do outro. Ele não queria falar. Apenas me observava. Como se estivesse tentando memorizar cada detalhe do meu rosto.
— Você está com medo? — perguntei, finalmente.
— Não por mim. Por você.
Me aproximei dele, me sentando em seu colo. Seus braços me envolveram com força. Como se não quisesse soltar nunca mais.
— Eu confio em você. Sei que vai me proteger.
— Eu mataria o mundo inteiro se alguém ousasse tocar em você. — Sua voz saiu como um sussurro rouco, carregado de emoção e fúria contida.
Beijei seu pescoço devagar, sentindo seu cheiro, sua pele quente.