Ana
Eu virei devagar, bem devagar, como se meu pescoço tivesse ficado pesado demais pra funcionar. Meu coração batia tão rápido que parecia que ia rasgar meu peito. E quando meus olhos finalmente encontraram o que estava atrás de mim... eu congelei.
O cara era enorme. Tipo… enorme de um jeito que parecia errado, como se alguém tivesse criado ele pra assustar pessoas. Tinha o rosto meio coberto por um capuz puído, barba malfeita e olhar vazio. E na mão dele… uma arma. Apontada direto pra mim.
Eu senti minhas pernas virarem gelatina. Literalmente. Tive certeza que ia cair.
— Caladinha — ele disse, com aquela voz grossa, arranhada, que parecia que tinha sido esfregada em cascalho. — Não tenta nada.
Eu tentei engolir, mas nem isso meu corpo fez direito.
— Olha… — minha voz saiu toda tremida, parecendo de desenho animado. — Eu não tenho dinheiro. Sério. Se você tá procurando dinheiro… eu… eu não tenho.
Ele riu.
Um riso curto, debochado, assustador.
Um riso que deixou muito claro que dinhei