Ana
Meu coração doía, eu tinha me esquecido desse tipo de tristeza. Alguém me disse uma vez que o luto vem em ondas, algumas mais altas ou mais fortes que outras. E dessa vez uma onda forte me atingiu. Ao nível de me fazer sair correndo pra rua pra chorar escondida de todos.
Senti a presença dele antes mesmo de levantar o rosto. Meu coração já sabia que era o Lex, parado ali, me observando como se eu fosse o mistério que ele não conseguia resolver.
Meus olhos ainda estavam molhados, e por mais que eu tentasse disfarçar, não adiantava: eu estava desmoronando bem na frente dele.
Respirei fundo, tentando encontrar coragem. Minha mão tremia quando segurei o celular, e foi isso que me entregou. A tela ainda estava acesa com a notificação cruel, como se o mundo fizesse questão de me cutucar onde mais doía.
— Eu… — minha voz falhou. Limpei a garganta, tentando me recompor. — Eu recebi uma mensagem.
Ele se aproximou, devagar, como se estivesse lidando com um animal ferido.
— Que mensagem? —