Ana
Eu juro que ainda estava tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
Em menos de uma noite, eu tinha passado de “sobrevivendo em um abrigo público com cheiro de desinfetante barato” pra “aceitando carona do Lex Drummond pra morar, temporariamente, na casa dele”.
Quer dizer... na casa dele.
Só isso já era surreal o bastante pra minha cabeça fritar.
O carro dele — uma BMW preta que parecia recém-saído de um comercial de luxo — se movia silencioso pela avenida. Eu olhava pela janela, tentando fingir naturalidade, mas as mãos estavam firmes demais no colo pra quem estava “tranquila”.
Lex dirigia com aquela postura irritantemente elegante, uma das mãos no volante, o olhar concentrado, o relógio caro refletindo a luz dos postes.
— Você veio dirigindo? achei que não saia sem um motorista — falei, tentando quebrar o silêncio.
— Claro, eu gosto de dirigir… — Ele nem olhou pra mim. — É bom pra ter um pouco de privacidade também.
—Esperava levar alguma mulher pra casa? –Perguntei de