Ana
Quando eu abri os olhos, levei uns bons segundos pra entender onde estava.
O teto era branco, o lençol macio, e o ar tinha cheiro de lavanda e conforto.
Ah, é… a casa do Lex.
Quer dizer, o castelo do Lex.
Me espreguicei igual uma gata preguiçosa, e por um instante pensei que estava dormindo em uma nuvem. Sério, aquele colchão era um abraço de anjo. Se eu morresse ali, morreria feliz.
Levantei devagar, estiquei o corpo e vi o sol batendo pela janela da sacada. O jardim lá fora era tão perfeito que parecia pintado. Tinha até passarinhos cantando — aqueles ricos que só aparecem em casa de gente com dinheiro.
Olhei pro relógio da cabeceira: 8h30.
Nada mal pra quem passou as últimas noites ouvindo ronco de desconhecido em um abrigo.
Peguei o roupão branco pendurado na cadeira, calcei minhas pantufas e desci as escadas tentando não parecer uma intrusa. O silêncio da casa era meio intimidador — o tipo de silêncio que grita “caríssimo”.
Quando cheguei na sala de jantar, quase engasguei