Ana
Eu fui no automático. Nem pensei, só peguei minha bolsa, saí do café e fui direto pro prédio dele.
Meu coração batia rápido, como se quisesse me impedir de fazer besteira — mas já era tarde demais pra isso.
Eu estava cansada de fugir. Cansada de acordar e dormir com o nome dele me rondando igual maldição.
O pior? Eu ainda tava com o uniforme do café, com o avental e tudo. A novata do cappuccino indo enfrentar o dono do império.
Maravilha, Ana. Vai lá e se humilha de brinde.
Quando cheguei no prédio, as portas de vidro se abriram e o cheiro de perfume caro e ar-condicionado me deram um tapa na cara.
Era outro mundo. E, aparentemente, o dono desse mundo era o mesmo homem que me deixava cada dia mais louca.
A recepcionista só me olhou uma vez e já perguntou:
— A senhorita veio fazer uma visita pessoal? Quem gostaria.
—Eu vim vem o…o João!-Falei o nome mas comum que lembrei.
—Da contabilidade ou do anexo?
—Aah…Contabilidade.
—Pego o elevador para o quinto andar. Eu vou avisar a…–Ela