Presos (ou quase)

Ana

O elevador ainda tremia como se estivesse engolindo o próprio ar. O som metálico ecoava no silêncio tenso, e eu jurava que nunca tinha odiado tanto quatro paredes na minha vida.

Lex estava parado do outro lado, respirando fundo, com as mãos nos bolsos — aquele jeito dele que parecia calmo, mas era pura faísca prestes a explodir.

— Isso é inacreditável — murmurei, cruzando os braços. — Presos. Logo agora.

Ele arqueou uma sobrancelha, provocante:

— O destino tem um senso de humor meio torto, não acha?

Revirei os olhos.

— É, ou só quer me torturar.

— Então éramos dois — ele soltou, a voz rouca, baixa demais.

Senti meu corpo inteiro reagir, como se o ar tivesse ficado mais quente de repente. Droga.

Tentei desviar o olhar, mas ele continuava me encarando. O tipo de olhar que pesava. Que desmontava a gente sem precisar de uma palavra.

— Por que você tá me evitando, Ana? — ele perguntou, quebrando o silêncio.

Dei uma risada nervosa.

— Evitando? Ah, não começa, Lex.

Ele deu um passo à fre
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