Ana
Acordar cedo tinha virado um esporte de sobrevivência.
Não era mais sobre começar o dia com disposição. Era sobre fugir!!
Fugir do cheiro do café vindo da cozinha, dos passos pesados no corredor, e principalmente… do “bom dia, Ana” que eu sabia que vinha carregado de segundas intenções.
E hoje não foi diferente.
Cheguei no café antes mesmo do sol decidir aparecer direito.
Tobias já estava lá, terminando de limpar o balcão com aquele sorriso debochado dele.
— E aí, encontrou com ele hoje? — perguntou, sem nem olhar pra mim, já sabendo a resposta.
Suspirei, largando a bolsa num canto. — Não. Consegui levantar antes dele de novo.
Ele riu. — Que orgulho, hein. A atleta da fuga.
Revirei os olhos. — Tobias, não brinca. Eu não sei até quando vou aguentar. Tô dormindo mal, tô com olheiras e acho que já tô sonhando com despertador.
Ele apoiou o cotovelo no balcão e me olhou com aquele ar de quem sabe mais do que devia.
— Você sabe que, em algum momento, vai acabar ficando mais de dois min