Ana
A batida na porta parecia não ter fim.
Cada pancada ecoava pelo meu peito como se fosse o próprio coração querendo sair pela boca. Eu estava sem coragem para levantar da cama, minha mente fazia de tudo para tentar esquecer a cena do Mark surgindo na minha frente como um fantasma. Mas a insistência do visitante fez meu corpo gelar.
Respirei fundo, enxuguei rápido os olhos com as costas da mão e me levantei, sem nem checar o espelho. Fui até a porta devagar, cada passo parecia um teste de coragem. Parte de mim esperava que fosse Mark outra vez, pronto para me deixar em pedaços de novo. A outra parte torcia para que fosse só algum vizinho chato pedindo açúcar.
Quando finalmente girei a maçaneta, meu coração tropeçou.
— Lex? — minha voz saiu baixa, arranhada, incrédula.
Ele estava ali, parado no corredor com um sorriso de canto de boca e uma caixa na mão. Não estava de terno impecável como sempre. Usava uma camisa preta simples, mangas dobradas até os antebraços, e parecia… mais human