Ana
Quando eu cheguei em casa naquela noite, ainda estava com o envelope da proposta apertado na mão. Parecia que eu segurava uma bomba que podia explodir a qualquer segundo. Meu coração estava correndo feito louco, e eu não sabia nem por onde começar.
Lex estava sentado no sofá, com aquela cara de homem que achava que sabia tudo sobre mim… mas não fazia a menor ideia da guerra mental que eu tinha travado o dia inteiro.
— Você tá estranha — ele disse assim que me viu. — Aconteceu alguma coisa no trabalho?
Eu soltei um suspiro tão longo que quase perdi metade da alma no ar.
— Aconteceu — respondi, sentando ao lado dele.
Eu entreguei o envelope. Ele pegou, abriu e começou a ler. Vi o maxilar dele mexendo, aquele sinal clássico de que a mente dele estava acelerando uns trezentos quilômetros por hora.
Quando ele terminou, olhou pra mim.
Eu quase prendi a respiração.
— Aceita — ele disse, direto, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Eu pisquei.
Eu esperei reclamação, drama, ciúme, um