Lex
Acordei com o som do despertador e a cabeça ainda meio pesada.
Demorei uns segundos pra lembrar onde estava, o que já dizia muito sobre a bagunça mental dos últimos dias.
Levantei, passei a mão no rosto abri a porta do quarto, meu corpo implorando por uma xícara de café e um bom jornal— sim, eu ainda tenho essa mania de velho.
Mas o que eu encontrei na porta me surpreendeu.
Um pãozinho grudado na porta com fita.
“Tive que sair mais cedo, muito trabalho – Ana.”
Fiquei olhando pro bilhete uns segundos.
A caligrafia dela era redonda, meio apressada, com uma curva que parecia sorrir no final de cada letra.
Sorri sozinho.
Fiquei feliz por ela responder o meu bilhete da outra noite, mas bem que poderia ser menos seco. Fiquei imaginando a cara dela decidindo o que escrever. Mas ao mesmo tempo a minha mente interpretou cada palavra mais rápido do que eu gostaria.
Peguei o papel e deixei em cima da mesa.
Muito trabalho.
Tradução: Não quero te ver.
Mas ok. Eu fingia que acreditava.
Fiz caf